Estoques de trigo do Egito devem ser os menores em 20 anos

Prevê-se que os estoques finais de trigo do Egito na campanha de comercialização de 2023-24 caiam para o seu nível mais baixo em 20 anos, à medida que o país enfrenta uma colheita menor, um aumento da procura e uma mudança nos fluxos comerciais devido ao conflito em curso da Rússia com a Ucrânia, de acordo com um relatório da Rede Global de Informação Agrícola do Serviço Agrícola Estrangeiro do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). O declínio anual na produção de trigo deve-se à diminuição da área colhida para 1,35 milhões de hectares, em comparação com 1,45 milhões em 2022-23, disse a FAS.

“A diminuição da área é impulsionada pelo aumento da área de trevo egípcio e beterraba sacarina”, disse a FAS. A FAS observou que, num esforço para aumentar a produção local de trigo e vender o seu trigo a fornecedores governamentais, o governo egípcio aumentou em Abril passado o preço de aquisição do trigo em quase 70% em relação à campanha de comercialização anterior.

O consumo deverá aumentar em 50.000 toneladas em 2023-24, para 20,6 milhões, o que seria o segundo maior total já registrado, disse a FAS. A população do Egipto é actualmente de aproximadamente 105 milhões, de acordo com a Agência Central para a Mobilização Pública, mas isso não inclui uma estimativa de 9 milhões de migrantes do Iraque, Líbia, Síria, Iémen, Sudão e outros países. A população do Egipto (excluindo os migrantes) deverá atingir os 124 milhões até 2030, colocando mais pressão sobre a oferta de trigo.

As importações de trigo egípcio deverão aumentar 7%, para 12 milhões de toneladas, na campanha de comercialização de 2023-24, afirma o relatório. O Egipto, o maior importador mundial de trigo, foi afectado negativamente pela invasão da Ucrânia pela Rússia, uma vez que os elevados preços do trigo aumentaram e fizeram com que procurasse mais trigo russo.