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Estoques norte-americanos de café voltam a registrar alta


(20/06/2003 - Coffee Break) - GCA (Green Coffee Association) divulgou os números relativos aos estoques americanos no final de maio. De acordo com a entidade, no dia 31, o país possuía em seus armazéns um total de 6.458.322 sacas, o que significa um aumento de 85.303 sacas em relação ao final de abril. Do volume apurado pela GCA, 3.827.332 sacas referiam-se a estoques certificados na Coffee, Sugar and Cocoa Exchange, alta de 212.847 sacas, e 2.630.990 sacas eram de estoques não certificados, baixa de 127.544 sacas em relação ao mês de abril. Os números apurados estão em linha com o especulado pelo mercado, que acreditava em uma alta entre 50 e 200 mil sacas dos estoques do maior consumidor mundial. Essa foi a décima terceira alta consecutiva nos estoques dos Estados Unidos. Se comparado com o verificado no final de maio de 2002 — 5,061 milhões de sacas —, os estoques tiveram uma alta de 27,60% e apresentaram um incremento de 8,14% se comparado com as 5,972 milhões de sacas observadas no final de maio de 2001.

São Paulo — A produção paulista de grãos deverá aumentar 7,88% na safra 2002/03, para 6,942 milhões de toneladas, o melhor desempenho dos últimos anos. A informação é do Instituto de Economia Agrícola, com base no quarto levantamento de previsão de safra realizado em abril em conjunto com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. De acordo com o levantamento, a produção paulista deverá somar 2.879.183 sacas. A área em produção de café em São Paulo é de 224.565 hectares, sendo que a área nova fica em 23.799 hectares. Um dos melhores desempenhos verificado pela pesquisa é o do milho safrinha, cuja produção deve crescer 46,30%, para 1,035 milhão de toneladas. Na soma com a cultura de verão, o volume total deve chegar a 4,479 milhões de toneladas (acréscimo de 9,80%). Já o trigo, apesar do volume pequeno, deve alcançar 91,67 mil de toneladas, com crescimento de 50,65%. Para a soja, a estimativa é de produção de 1,665 milhão de toneladas (mais 5,53%). No caso do feijão, a produção total é prevista em 296,31 mil toneladas (menos 1,83%), apesar do aumento de 10,02% na terceira safra (para 99,60 mil toneladas) e de 7,84% na segunda safra (para 95,75 mil toneladas).

Robusta — Indonésia e Vietnã, rivais na produção de café robusta, poderão firmar um acordo, na próxima semana, para estipular uma redução nas exportações, a fim de elevar o nível de consumo interno em ambos os países e melhorar os preços. Rachim Kartabrata, presidente da AEKI (Associação de Exportadores de Café da Indonésia), disse que a presidente indonésia Megawati Sukarnoputri pode firmar o acordo durante uma visita a Hanói, nos dias 26 e 27 de junho. Uma equipe será enviada ao local, no dia 23, para discutir outros detalhes do tratado e adiantar as negociações. Em 2001, os preços no mercado mundial para café robusta atingiram seus pontos mais baixos em 30 anos e de lá para cá tiveram melhora insignificante. Especula-se que a Indonésia terá uma significativa redução de seus embarques para este ano, como forma de auxiliar a recuperação do mercado. A AEKI estima que a Indonésia produzirá 425 mil toneladas na safra 2002/03, volume abaixo das 550 mil sacas esperadas, isso devido a um grande período de seca na época de desenvolvimento dos grãos. O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que a produção do Vietnã será em torno de 615 mil sacas neste mês, o que representa queda de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior. A queda na produção deve-se ao longo período de seca que o país sofreu e a baixa nos preços. O relatório também informou que para a safra 2003/04 o Vietnã pode ter aumento na produção de 4% a 5%, devido à melhora no clima.

Cooperativas — O CNC (Conselho Nacional do Café) informou os números relativos aos estoques de café nas cooperativas, no final do mês de maio. De acordo com a entidade, no dia 31, as cooperativas possuíam um total de 4.914.060 sacas armazenadas. Esse volume é 136,94% superior ao verificado no mesmo período do ano anterior — 2.073.978 sacas — e 8,15% menor que o aferido no final de abril (5.350.342 sacas). Por Estado, os estoques apresentam a seguinte divisão: Bahia, 40.318 sacas; Espírito Santo, 262.442 sacas; Minas Gerais, 3.617.921 sacas; Paraná, 102.202 sacas; São Paulo, 891.177 sacas. O Conselho também divulgou que o recebimento de café nas cooperativas brasileiras, em maio, primeiro mês do ano safra, chegou a 401.410 sacas. Esse volume é 2,25% menor que o verificado em maio do ano passado, quando 410.669 sacas haviam sido depositadas nessas cooperativas. Por unidade da federação, o recebimento teve o seguinte comportamento: Bahia, 12.657 sacas; Espírito Santo, 167.742 sacas; Minas Gerais, 173.109 sacas; Paraná, 15.467 sacas; São Paulo, 32.435 sacas. O CNC ainda informou o total de comercialização das cooperativas brasileiras. Em maio, essas empresas negociaram 837.692 sacas, 85,35% a mais que o verificado no mesmo mês do ano passado — 451.939 sacas.

Bloco — O bloco de países produtores formado por México, Peru, República Dominicana, Colômbia, Guatemala, Nicarágua, El Salvador, Costa Rica e Honduras exportou um total de 2.509.384 sacas em maio. De acordo com a Anacafé (Associação Nacional de Café da Guatemala), responsável pela estatística do grupo, o volume apurado é 0,44% maior que o verificado no mesmo mês do ano passado, 2.498.354 sacas. Do início do atual ano safra, outubro de 2002, até o final de maio, o bloco realizou o embarque de 17.581.904 sacas, montante 2,12% inferior ao verificado no mesmo período do ano safra passado — 17.962.839 sacas. A Associação destacou que a maior parte dos países que compõem o bloco continua sofrendo as fortes conseqüências da crise atual do setor, o que fez com que muitos produtores reduzissem drasticamente os tratos culturais. Em 2001/02, o grupo realizou uma exportação total de 26,7 milhões de sacas.

Colheita — Na região de Poços de Caldas, cerca de 30% da colheita já foi realizada, segundo informações do departamento técnico da CaféPoços (Cooperativa dos Cafeicultores de Poços de Calda). “A qualidade dos grãos melhorou e a tendência até o fim da colheita é uma porcentagem ainda maior de grãos com mais qualidade, uma vez que a produção desta safra é bem menor”, afirmou Wilson de Araújo Dias, que é agrônomo da cooperativa. Em contato com os produtores locais, o agrônomo realizou um levantamento e notou que o número de doenças e pragas na região é quase nulo, no atual momento. “Ocorreu um ou outro caso, mas levando-se em conta a quantidade da produção, esse número de casos é insignificante”, relatou. O agrônomo da CaféPoços ressaltou que, após o início da colheita, o cenário que anteriormente era previsto vai sendo concretizado. “Pelo acompanhamento que estamos fazendo em toda a região, estamos notando que teremos uma quebra de cerca de 60%, que era um número que já vinha sendo trabalhado há algum tempo por nós”, argumentou.

Canadá — O diretor executivo da Organização Internacional do Café, Néstor Osorio, esteve participando, no último dia 11, da conferência anual da Associação de Café do Canadá. Em seu discurso, o dirigente ressaltou os trabalhos que vêm sendo executados pela Organização e fez um relato da difícil situação enfrentada pelos produtores, diante da crise mundial. Osorio enfatizou a importância de se buscar ampliar a qualidade do café, como uma forma de estimular o consumo. Para ele, é fundamental que a indústria cafeeira do Canadá e o governo do se unam aos esforços empreendidos pelos membros da OIC para amenizar os problemas causados pela crise atual.

Fair trade — Pequenos cafeicultores de12 famílias da cidade de Varginha, com propriedades de meio hectare a 12 hectares, obtiveram certificado de produção artesanal de seu café. Esses produtores recentemente exportaram 640 sacas a 314 mil reais, média de 491 reais por saca. O café foi comprado pela importadora Blazer Waters que fornecerá o produto à rede norte-americana Dunkin Donuts. Essa foi a primeira exportação brasileira de café via “fair trade”, negociada pela Exprinsul Comércio Exterior, também de Varginha.


Em destaque

* A Associação de Café da Alemanha informou que o consumo doméstico, per capta, no país, no ano de 2002, apresentou uma ligeira retração. No ano passado, cada alemão, em média, consumiu 6,6 quilos, contra 6,7 quilos de 2001, mesmo nível verificado em 2000 e 1999. O consumo na Alemanha vem registrando queda, uma vez que em 1980 o país possuía uma média de consumo per capta da ordem de 7,9 quilos por ano.

* O Departamento de Comércio dos Estados Unidos apresentou os números relativos as importações de café no mês de abril. Foram importados 98.454.224 quilos de café verde, queda de 4,63% em relação ao mesmo período do mês de março (103.235.872). O café torrado e moído teve volume de 3.794.108 quilos comprado pelos norte-americanos, o que representa queda de 2,67% em relação aos 3.695.532 importados em março. A importação de café solúvel, por sua vez, ascendeu 31,22%, saltando de 2.609.281 quilos em março para 3.423.845 quilos em abril.

Fonte: Coffee Break (www.coffeebreak.com.br)

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