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Estudo comprova bactéria em aves

Novartis concluiu estudo que alerta para a presença de bactéria causadora de perdas econômicas no setor avícola


A empresa Novartis Saúde Animal realizou estudo em parceria com o Laboratório Simbios (Canoas-RS) e constatou a presença de subtipos patogênicos da bactéria Brachyspira sp., ela é comumente isolada em países europeus e até então não havia sido relatada no Brasil. Algumas espécies desta bactéria são comprovadamente patogênicas e estão relacionadas a um quadro clínico chamado de espiroquetose intestinal aviária. A pesquisa avaliou nove granjas da região Sul, área que concentra 55% da criação de aves do País, e, em todas, as espécies mais patogênicas como a Brachyspira intermedia e Brachyspira pilosicoli foram encontradas. A Inglaterra já trata aproximadamente 70% das matrizes de frango de corte dessa doença.

Segundo Guilherme Borchardt Neto, médico veterinário e gerente de produtos de aves e suínos da Novartis Saúde Animal, provavelmente essa bactéria já se encontra há muito tempo no meio, mas ainda não havia sido diagnosticada. “Hoje já se conhece que as bactérias do gênero Brachyspira, que afetam as aves, podem fazer parte da flora intestinal normal. No entanto, algumas espécies como a Brachyspira pilosicole, Brachyspira intermedia, Brachyspira hyodysenteriae e Brachyspira murdochii são potencialmente patogênicas. Como anteriormente não havia diagnóstico no Brasil estas espécies não eram consideradas como agentes potenciais de problemas entéricos”.

No Brasil a doença ainda é desconhecida, por isso o ideal é que os produtores fiquem atentos para os sinais, como diarréia sub-crônica à crônica associado a queda da produtividade que não responde aos tratamentos usualmente recomendados. “A falta de conhecimento sobre essa bactéria e até mesmo sobre a possibilidade da presença dela nos criadouros brasileiros, na maioria das vezes, faz com que os casos de diarréia(leve e moderadas) em aves não sejam diagnosticados e tratados corretamente, levando a queda na produtividade e afetando comercialmente os criadores”, comenta Guilherme.

O médico veterinário recomenda que os produtores de aves diagnostiquem com base na história clínica (diarréia sub-aguda a crônica + queda da produtividade do lote) e isolamento laboratorial do agente. “Porém, no caso das Brachyspira sp., no Brasil, ainda não há laboratório que faça seu cultivo, isolamento e identificação como rotina. No entanto, há laboratórios que oferecem a possibilidade de identificação do agente através da técnica de PCR”, explicou.

Até então, as Brachyspiras não eram consideradas como agentes potenciais de problemas entéricos no Brasil. Por isso, se desconhece que alguma empresa esteja adotando medidas específicas para a prevenção e/ou tratamento, mas após estes primeiros dados, a Novartis Saúde Animal pretende ampliar o estudo para outras regiões do país para verificar a prevalência da espiroquetose em outras praças. A empresa também está buscando parcerias em centros e laboratórios de pesquisa e Universidades para realizar estudos sobre os impactos das Brachyspiras patogênicas nas condições brasileiras.

Em lotes afetados, a prevenção e/ou o tratamento pode ser feito com antibióticos. Nestes casos, a Tiamulina é o antibiótico mais recomendado, uma vez que as Brachyspiras apresentam uma alta sensibilidade a ela.

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