CI

EUA: colheita do trigo está a 7% da área total

Cotações do trigo em Chicago voltaram a romper o piso dos US$ 5,00/bushel no final da corrente semana


Foto: Marcel Oliveira

As cotações do trigo em Chicago voltaram a romper o piso dos US$ 5,00/bushel no final da corrente semana, fechando a quinta-feira (11) em US$ 4,99, contra US$ 5,23/bushel uma semana antes. A tentativa de romper esta marca já havia ocorrido praticamente um mês atrás, porém, não se sustentou.

Análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário - CEEMA

As exportações de trigo por parte dos EUA, na semana encerrada em 28/05, atingiram a 179.500 toneladas para a safra 2019/20, sendo que tal volume ficou 14% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Os principais compradores na semana foram o Equador e a China. Para a safra 2020/21 foram comercializadas outras 437.300 toneladas, com os maiores compradores sendo as Filipinas e a Nigéria. O Brasil comprou, deste último volume, um total de 55.000 toneladas. A soma das duas safras
ficou acima das expectativas do mercado estadunidense. 

A colheita do trigo de inverno nos EUA, até o dia 07/06, atingia a 7% da área total, ficando dentro da média histórica, porém, já pressiona para baixo as cotações. Ao mesmo tempo, o trigo de primavera estava semeado em 97% da área esperada, contra 99% na média histórica para esta data, sendo que as condições do mesmo eram de 80% entre boas a excelentes, 18% regulares e 2% entre ruins a muito ruins.

Na Argentina, o plantio da nova safra de trigo avançou bem nesta última semana,atingindo a 30% da área esperada para 2020/21. A Argentina espera semear 6,8 milhões de hectares com o cereal. O percentual semeado está 10 pontos percentuais acima do registrado no ano anterior. Atualmente a projeção de colheita no vizinho país é de 21 milhões de toneladas a partir de dezembro. Já no Brasil, o trigo se manteve com preços firmes. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 52,45/saco (hoje o valor do trigo, no mercado gaúcho, está quase 10 reais acima do valor pago pelo saco de milho). No Paraná os preços do cereal giraram entre R$ 57,00 e R$ 58,00/saco no balcão, enquanto os lotes estão próximos dos R$ 70,00.

O plantio ganhou força no Rio Grande do Sul, embora nesta semana o mesmo tenha sofrido com as chuvas ocorridas. Mas em regiões mais ao norte e do Alto Uruguai, algumas lavouras já apresentam germinação. O Estado gaúcho espera um aumento ao redor de 15% na área plantada, pois os produtores, diante dos preços praticados pelo cereal, tentariam recuperar parte das perdas com a safra de verão. No geral, o Rio Grande do Sul espera colher, se o clima ajudar, algo em torno de 2,32 milhões de toneladas com o cereal, enquanto o Paraná poderia atingir a 3,5 milhões (65% acima da frustrada safra do ano passado). No total, o país poderá ultrapassar as 6 milhões de toneladas neste ano.

Em termos de comercialização, o mercado está bastante lento, pois não há disponibilidade de trigo internamente e, diante da revalorização do Real, as importações ficaram mais baratas, atrapalhando a manutenção dos preços internos. Se o câmbio continuar abaixo de R$ 5,00 por dólar é possível que os preços do trigo recuem logo adiante.

Dito isso, no Paraná a comercialização da nova safra do cereal chegou a 6% do total esperado neste início de junho. Enfim, no restante do país nota-se tendência de redução de área semeada em Goiás e
no Distrito Federal, enquanto em Minas Gerais parte dos produtores optaram pelo milho ou sorgo no lugar do trigo. No Estado mineiro a redução na área semeada com trigo pode chegar a 14%. No total, espera-se uma área entre 170.000 e 200.000 hectares no somatório dos Estados de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Bahia.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.