EUA e UE firmam acordo para o comércio de vinhos

Após 20 anos de negociações, a União Européia (UE) e os Estados Unidos assinaram nesta sexta-feira (10-03) em Londres um acordo pelo qual Washington reconhecerá as denominações de origem européias e Bruxelas aceitará as práticas enológicas americanas. Segundo esse pacto, os EUA mudarão o status de 17 denominações de origem da UE que atualmente qualifica como "semigenéricos" (vinhos que tem uma origem geográfica em seu início e são tão manipulados que acabam perdendo-a) para a venda dessas bebidas. Entre as 17 denominações de origem estão nomes tão conhecidos como Málaga, Jerez, Borgonha, Champagne, Chianti, Claret, Madeira, Porto, Marsala e Sauterne. Em troca, Bruxelas aceitará determinadas práticas de produção americanas "não cobertas pelas exceções reconhecidas pela UE", segundo um comunicado emitido pela Comissão Européia (CE) após a assinatura do acordo. Além disso, os vinhos europeus estarão isentos dos requisitos de certificação que o país americano exige desde 2004. As duas partes se comprometem, além disso, a tentar "resolver eventuais problemas bilaterais" por meio de consultas "bilaterais e informais", em vez de "mecanismos formais de resolução de conflitos". Após a assinatura do acordo, a comissária européia de Agricultura e de Desenvolvimento Rural, Mariann Fischer, comentou que o pacto "facilitará o acesso dos vinhos europeus ao lucrativo mercado dos EUA, no qual os consumidores sabem apreciar a qualidade" dos vinhos e "sua longa história". O consenso alcançado por Bruxelas e Washington marca o fim de 20 anos de negociações e abre a porta para um segundo acordo mais ambicioso, cujas conversas estão previstas para começar em três meses. Segundo dados da UE, as exportações européias de vinho aos EUA chegam a 2 bilhões de euros anuais, 40% do total das vendas do bloco neste setor ao exterior.