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Eucalipto gera produção de renda no Paraná

A produção tem ganhado força na região e desponta como opção de renda para produtores


A produção de eucalipto tem ganhado força na região e desponta como opção de renda para produtores. A legislação ambiental obriga a reserva de 20% de área rural para a preservação de matas nativas. A mesma determinação permite que o proprietário faça a exploração com o cultivo florestal até 2018.

A cultura de espécies nativas e exóticas ainda é pouco comum entre os agricultores, que preferem as lavouras tradicionais. Mas a crise no setor nas últimas três safras despertou o interesse pelo eucalipto. Produtores buscam a diversificação da propriedade.

Segundo engenheiro agrônomo da Emater, Joaquim Girardi, pelo menos 500 agricultores aderiram ao eucalipto em municípios pertencentes à Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep).

Girardi acrescenta que o eucalipto se adapta facilmente ao Arenito Caiuá. Produções mais significativas estão em Colorado, Nova Esperança, Astorga, Munhoz de Mello, Santa Inês e Atalaia. "Recomendamos o plantio em áreas destinadas à recuperação de pastagens e em terrenos com problema de erosão", diz o engenheiro.

O custo médio de plantio por hectare é de R$ 1,3 mil. São cultivados 1,6 mil exemplares em 1 ha. O preço médio de cada muda é de R$ 0,18. A planta pode ser cortada uma vez a cada seis anos. Cada exemplar rende três cortes.

Os gastos com a colheita representam 35 % da receita. "Todos os produtores estão plantando sem ter um comprador certo. Acredito que a principal destinação do produto seja para lenha. As árvores mais finas podem ser vendidas para a construção civil ou como lasca para cercas", diz Girardi.

Ele acrescenta que muitos plantios têm como destino às carvoarias. Em seis anos, um ha. de eucalipto chega a produzir 135 metros cúbicos de lenha. Cada metro está cotado em R$ 75, rendendo pelo menos R$ 7 mil no período. "Na primeira colheita, orientamos que os produtores cortem 60 % das plantas", aponta o agrônomo.

Segundo Girardi, em 18 anos, cada hectare da planta pode render pelo menos R$ 51 mil. "Se observarmos a cultura pelo lado econômico, ela é ótima. Pelo lado social, melhor ainda, porque o corte emprega muita gente", esclarece.

O agrônomo diz que a cultura pode ser entendida como uma aposentadoria, já que o lucro é a longo prazo.

O manejo do eucalipto é simples e não requer cuidados especiais. O espaçamento de plantio indicado pela Emater é de três metros entre ruas e dois metros entre plantas.

Girardi afirma que o governo estuda a possibilidade de pagar royalties para quem planta eucalipto, pelo fato da planta reter moléculas de poluição.

A Emater deve realizar este ano, em Maringá, o 3º encontro dos produtores de eucalipto. Astorga, Colorado e Mandaguaçu também deverão sediar reuniões.

Importância

O Setor florestal brasileiro conta com aproximadamente 530 milhões de hectares de florestas nativas, dos quais 43,5 milhões estão em Unidades de Conservação Federal (UCF) e 4,8 milhões em florestas plantadas com pinus, eucalipto e acácia-negra.

A maior parte das florestas está distribuída nos Estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Indústrias de papel e celulose, siderurgia a carvão vegetal, lenha, compensados, lâminas e, painéis reconstituídos (aglomerados, chapas de fibras e MDF) são os principais consumidores da matéria-prima.

Conforme a Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS), 170 mil hectares são destinados à celulose por ano, 130 mil para madeira sólida, 250 mil para carvão vegetal e 80 mil para energia.

Saiba mais

O eucalipto é de origem australiana. No Brasil é a principal árvore cultivada com destino comercial. Há mais de 670 espécies conhecidas, apropriadas para cada finalidade de aplicação da madeira.

No Brasil, o plantio da espécie em escala econômica começou em 1.904, com objetivo de atender a demanda da Companhia Paulista de Estradas de Ferro (CPEF). A partir da década de 60, a produção aumentou com a lei de incentivo ao reflorestamento, saltando de 500 mil para mais de 3 milhões de hectares.

O setor é o segundo no ranking de exportações do agronegócio, perdendo apenas para a soja. No Paraná, a silvicultura perde para as exportações só para a soja e a indústria automotiva.

Na década de 50 passa a ser produzido, como matéria-prima, para o abastecimento das fábricas de papel e celulose.

Atualmente, estima-se que a área plantada com eucaliptos no país seja de 2,9 milhões de hectares.

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