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Europa quer levar silvicultura ao mercado de carbono

Continente quer destacar "sumidouros de carbono"


Foto: Marcel Oliveira

O primeiro passo para trazer a silvicultura para o esquema de comércio de emissões da União Europeia é garantir que cada tonelada de dióxido de carbono na floresta seja contada para que um sistema de certificação para remoção de carbono possa ser estabelecido, disse Artur Runge-Metzger, diretor do departamento de ação climática da Comissão Europeia em entrevista publicada pelo portal Euractiv. 

O recém-lançado Plano Climático da Comissão Europeia para 2030 dá grande ênfase à silvicultura e à agricultura para combater as alterações climáticas. Em particular, a Comissão disse que a capacidade das florestas de atuarem como "sumidouros de carbono" tem diminuído ao longo dos anos e deve ser revertida. 

“Desde 2013, o sumidouro de carbono diminuiu na Europa e isso é preocupante. Agricultores e silvicultores têm incentivos para fazer muitas outras coisas lucrativas com suas terras, além de manter a capacidade das florestas e solos de agirem como sumidouros de carbono. Soma-se a isso as próprias mudanças climáticas, que cobram seu preço em termos de secas, doenças e pragas que invadem as florestas e campos europeus. Por isso, é preciso encontrar uma forma de incentivar os agricultores e silvicultores a enfrentar esses efeitos adversos: reflorestar áreas, que podem não estar mais adaptadas ao clima futuro”, disse o governante. 

Para isso, Runge-Metzger diz que a primeira coisa a fazer é contar as florestas. “Cada tonelada de dióxido de carbono na floresta deve ser contada. Segundo o Protocolo de Kyoto, nem todas as florestas foram contabilizadas, havia regras e limitações específicas. E isso é algo que a Comissão já definiu claramente na estratégia climática de longo prazo para 2050, para a qual as emissões devem ser equilibradas com a remoção de carbono. E depois de 2050, esse saldo líquido terá que ser negativo. Portanto, as remoções de carbono terão um papel importante, por isso é essencial contá-las e relatá-las com precisão. Isso está sendo feito hoje no contexto da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima”, conclui. 

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