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Evento destaca importância da pesquisa para manter competitividade da soja

Evento reuniu cerca de 450 produtores e especialistas


Com a presença de quase 400 representantes dos setores de produção da soja do Paraná e de outros estados, Fórum Brasil Agro reuniu especialistas na abertura da ExpoLondrina 2014
 
A cadeia produtiva da soja precisa seguir investindo em pesquisa e tecnologia para manter sua posição de importância no agronegócio. Esta foi uma mensagem dominante da edição 2014 do Fórum Agro Brasil - Soja, evento que abriu a programação da ExpoLondrina na manhã desta quinta-feira (03.04). O evento reuniu cerca de 450 produtores, especialistas e demais envolvidos na produção da oleaginosa na sede da Sociedade Rural do Paraná (SRP), no Norte do Paraná. 
 
"Nos últimos dez anos, a produção de soja no Brasil cresceu 74%, enquanto a área cultivada aumentou apenas 12%. Isso foi possível especialmente devido à tecnologia, houve muitos aprimoramentos", destacou o coordenador da Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, Giovani Ferreira, que abriu o evento. Três palestrantes discorreram sobre o mercado, a pesquisa e o desenvolvimento da commodity, que deve render, no Brasil, mais de 87 milhões de toneladas nesta safra de verão.
 
O pesquisador da Embrapa Soja, Alexandre Nepumoceno, destacou os avanços que a biotecnologia já obteve e ainda tem a oferecer à cadeia produtiva da oleaginosa. Mais de 80% da soja cultivada no planeta, segundo o palestrante, é geneticamente modificada, o que proporcionou benefícios para todos os elos da agricultura mundial. “Os transgênicos não propiciam apenas resistência ao calor à falta de chuvas e a herbicidas. É uma tecnologia testada minuciosamente antes de chegar ao mercado. Uma variedade de soja transgênica leva de 12 a 20 anos do início das pesquisas até a liberação comercial”, destaca o pesquisador. 
 
A técnica de manipulação mais moderna, a RNA interferência (RNAi), é um mercado que deve movimentar US$ 4 bilhões até 2017, cita Nepumoceno. "Os pedidos de aprovação por parte da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNbio), que regula o setor, tem mais de 20 pedidos de análise na fila", conta o biotecnologista. 
 
"Muitas variáveis afetam os números finais de uma safra, mas o personagem mais determinante é sempre o mesmo: São Pedro. O clima ainda é influência direta no resultado do plantio, e por consequência, do mercado", afirmou Etore Baroni, analista de mercado da consultoria INTL FCStone, que também falou aos presentes. De acordo com ele, o preço oscila conforme a produção, já que a demanda pela soja cresce a cada ano.
 
As quebras de safra ocasionadas por veranicos, pontuados por calor acentuado e chuvas irregulares, poderiam ser amenizadas por mais investimento em biotecnologia. É em que acredita Karol Czelusniak, agrônomo do setor de desenvolvimento de mercado da Bayer, multinacional que destina 3 bilhões de euros anuais para pesquisa. Os mecanismos de proteção das plantas contra o calor e a seca, segundo o palestrante, são o foco da empresa. "A produtividade da soja no Paraná e no Brasil, por si só, já é impressionante. O que fazemos é defender as espécies vegetais dos fatores que prejudicam a produção", afirmou.
 
A Embrapa Soja tem um trabalho específico para este fim. Em parceria com o Japão, está em desenvolvimento uma planta com um gene resistente à seca. Os experimentos, segundo Alexandre Nepomuceno, estão no quarto ano de trabalho de campo. Apenas no Paraná, o último veranico de janeiro e fevereiro e gerou perda superior a 2 milhões de toneladas de soja. "Já existem cinco variedades de soja aprovadas para venda e uso, e os ganhos que as próximas liberações podem trazer são muito promissores", sintetizou o pesquisador.

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