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Ex-ministro considera absurdo frete de Mato Grosso aos portos


O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e ex-ministro dos Transportes, Odacir Klein, disse, nesta quarta-feira (18), em seu blog, que o frete cobrado para transporte de grãos do Mato Grosso até os portos é "absurdo". Ele conversou com Carlos Fávaro, presidente da Aprosoja-MT, sobre a relação entre preços de produtos agrícolas e fretes no estado. "Li, na terça-feira (17), matéria onde se noticiava que das exportações de milho do Mato Grosso 50% saem pelo porto de Santos e outros 20% pelos portos de Paranaguá e Vitória. As saídas para o exterior pelos portos do norte do país representam menos de 20% do total movimentado.


Lembrei ao Carlos Fávaro que em palestra que ele fez em 2011, no terceiro Fórum Nacional do Milho – evento que a Klein & Associados realiza anualmente durante a Expodireto/Cotrijal, em Não-Me-Toque/RS – apresentou um dado que chamava a atenção: como os preços da soja e do milho são diferentes e o valor do frete é igual para idêntico volume físico, os percentuais comparativos entre um e outro grão são significativamente diferentes.

Tomando-se preços atuais, o da saca de soja em Sorriso é de aproximadamente R$ 60,00. O frete daquela localidade para Santos é de R$ 16,00, aproximadamente. Isto significa que o valor gasto com o transporte, no referido trecho, é de 27,7% em relação ao preço do produto.

No caso do milho, a oferta, atualmente, em Sorriso, por saca é de R$ 9,50. O frete até Santos é R$ 16,00. Isto representa 168,4% relativamente ao valor do produto. Se considerarmos que, com aquisições do governo federal, contratos de opção e Pepros, os produtores participantes das referidas operações tem garantia de recebimento do preço mínimo oficial, ou seja, R$ 13,02, o mesmo frete de R$ 16,00 representa 122,9% do preço garantido ao vendedor.


Considerando-se que o milho produzido no Mato Grosso tem pequeno consumo no mercado interno estadual e os excedentes destinam-se em média 50% às exportações e a outra metade ao mercado brasileiro, destacadamente para as regiões Sudeste e Nordeste, com algumas vendas para as regiões Sul e Norte, constataremos que os valores de fretes para Santos são assemelhados aos pagos no produto consumido no Brasil, pelas distâncias do estado produtor e as áreas de consumo. Isto significa que é urgente a busca de soluções para que tenhamos aumento de volume exportado pelo norte, mas, ao mesmo tempo, através de financiamento à armazenagem – que regularizará o fluxo de transporte – e investimentos nas hidrovias, ferrovias, rodovias e portos, barateamos também os custos com logística no mercado interno", aponta Klein.

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