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Expectativa de supersafra de soja movimenta o setor no PR

Em início de colheita produtores de soja apostam em maior produtividade


O pico da colheita de soja é entre março e abril, mas a euforia com a previsão de uma supersafra já toma conta do setor no Paraná, que espera colher 11,8 milhões toneladas do produto, volume superior à safra 2005/2006, que foi de 9.258.852 toneladas.

Apesar da empolgação, os agricultores cruzam os dedos para que o clima continue colaborando, principalmente os que têm lavouras plantadas em dezembro e que ainda precisam de um pouco mais de chuva até a colheita, que já começou em Cascavel, Laranjeiras do Sul, Toledo e Pato Branco. Nessas regiões, segundo o Departamento de Economia Rural da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Deral/Seab), até o dia 12 foram colhidas 3,4% da produção paranaense.

"Essa safra correu bem. Tomara que continue assim e, se o clima colaborar, teremos uma safra cheia. Daqui para a frente é bom que não chova tanto", avalia o engenheiro agrônomo Otmar Hubner, do Deral.

Embora a variação da safra em relação à passada seja 27,5% maior, a área plantada no Estado cresceu apenas 1%, o que representa pouco em comparação a de 2005/2006.

Enquanto na safra anterior, a área plantada foi de cerca de 3.879.718 de hectares, a de 2006/2007 atingiu os 3.922.091 hectares, sendo que nesse início de colheita, de acordo com dados do Deral, apenas 4,8% da produção está vendida.

Uma supersafra não é sinônimo de mais dinheiro no bolso dos sojicultores. Apesar dos preços favoráveis no mercado internacional, a política cambial continua atrapalhando a rentabilidade dos produtores.

Com a saca de soja cotada na bolsa de Chicago a US$ 16,65 (cerca de R$ 35,00), a maioria dos produtores, já decidiu o que fazer com o lucro desta safra: "Se sobrar algum dinheiro, acredito que não será muito, pretendo fazer uma reserva para pagar algumas dívidas que foram prorrogadas. Porém, o preço que está sendo pago pela saca não cobre o custo da lavoura e maquinários. Creio que não sobrará dinheiro nem para pagar os juros da prorrogação da dívida", enfatiza o produtor Américo Amano, 51 anos.

O produtor cita a situação dos que ainda amargam os prejuízos dos três últimos anos em que a seca castigou as lavouras. Para a safra 2006/2007, a expectativa de Amano é colher em 160 hectares de soja no distrito Caramuru, em Cambé, uma média de 50 sacas por hectare, o que representa uma produtividade 50% maior que a da colheita passada.

"Porém, se não perdemos com a baixa produtividade, corremos o risco de perder com os preços que estão sendo praticados", lamenta o produtor, apesaar de reconhecer que, em relação à safra anterior, os preços do soja estão 25% melhores. Amano se prepara para iniciar a colheita nos próximos 10 dias.

Ele completa dizendo que mesmo com uma porcentagem maior no valor da saca, "ainda não é um preço bom para nos recuperarmos dos últimos três anos, que foram sofridos. É uma quantia que dá para ir conduzindo a lavoura. Hoje para a gente recuperar as safras, o valor pago pela saca deveria ser entre R$ 37,00 e R$ 38,00", estima Amano.

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