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Expedição Safra chega à Argentina e confere impacto climático nas lavouras

O país é o terceiro maior produtor de soja do mundo


Crucial para o mercado internacional de grãos, a Argentina está sofrendo sérias dificuldades no campo em função de problemas climáticos desde o início do plantio da safra 2012/13.  De acordo com o último relatório divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a situação das lavouras está se estabilizando, mesmo assim os argentinos devem colher 51,5 milhões de toneladas de soja, 2,83% a menos do que foi estimado no início do ano pelo órgão.

As consequências da severa estiagem que atingiu o país vizinho nas últimas semanas serão checadas de perto pela Expedição Safra a partir desta quarta-feira (11). Uma equipe de técnico e jornalistas irá percorrer, nos próximos dias, as principais regiões produtoras e as novas fronteiras agrícolas da Argentina para medir o impacto do clima na produção. “Há pelo menos três safras que os produtores argentinos tentam retirar do campo 50 milhões de toneladas de soja. A marca só foi atingida uma vez até hoje, no ciclo 2009/10. As seguidas frustrações são atribuídas ao clima”, explica José Rocher, coordenador deste roteiro da Expedição.

Segundo levantamento da Expedição, na última temporada os argentinos deixaram de colher 10 milhões de toneladas de soja. O país tinha potencial para produzir 53 milhões de toneladas da oleaginosa, mas colheu 43 milhões de toneladas.

Durante a viagem, as províncias de Buenos Aires, Cordóba e Santa Fé – região que concentra mais de 80% da produção de grãos do país –, além do complexo portuário de San Lorenzo serão destinos da Expedição, que começa o roteiro por Rosário onde irá verificar as operações do complexo portuário fluvial que corta o cinturão de grãos do país e agiliza o escoamento da safra. Ainda na quarta-feira, a equipe visitará a Bolsa de Comércio de Rosário, para acompanhar a comercialização do 1º lote de soja da temporada 2012/13.
 
Paraguai

As incursões da Expedição pela América no Sul começaram na semana passada, no Paraguai, quarto maior exportador de soja do mundo.  A equipe percorreu o cinturão de produção de grãos do país, e, pela primeira vez, visitou a região do Chaco paraguaio, considerada a nova fronteira agrícola do país. Na área predominam os criadores de gado, mas nos últimos anos está ocorrendo o processo de ocupação pelos produtores de grãos devido ao grande potencial de expansão das lavouras.

 “Apesar de ser semidesértica e sofrer com problemas de logística, fomos surpreendidos pela infraestrutura do local. Podemos até afirmar que boa parte da região tem uma estrutura melhor do que alguns estados produtores de grãos do Centro-Norte brasileiro, como o Piauí. Existem escolas e atendimento hospitalar, a maioria financiada pela pelas cooperativas de grãos que atuam no Chaco. Já no extremo norte a situação é bem mais complicada”, conta Rocher.

Na cidade de La Paloma del Espíritu Santo, a Expedição participou da 15ª Expo Regional Canindeyú, principal feira de agricultura, pecuária, indústria, comércio e serviços da região com 450 expositores. Até o próximo domingo o evento deve movimentar US$ 250 milhões.

A colheita de verão paraguaia está quase concluída e os produtores já iniciaram o plantio da safrinha. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o país deve colher 8,35 milhões de toneladas de soja. No último ciclo, as lavouras paraguaias não renderam nem 5 milhões de toneladas por causa da seca que atingiu o país por quase todo o ciclo.  Entre soja e milho, estimativas preliminares indicam que o país tem potencial para colher mais de 10 milhões de toneladas de grãos neste ano.

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