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Exportação de álcool recebe investimentos

Porto do Paraná recebe cerca de R$ 130 milhões para armazenar produto


Porto do Paraná recebe cerca de R$ 130 milhões para armazenar produto destinado ao exterior. O Paraná está recebendo investimentos de cerca de R$ 130 milhões em infra-estrutura para exportar álcool e atender à demanda do setor que prevê vender ao exterior na atual safra 600 milhões de litros, 40% mais que na safra passada, segundo a Associação dos Produtores de Álcool e açúcar do Paraná (Alcopar). Entre janeiro e junho deste ano, o porto de Paranaguá embarcou 184,6 mil toneladas de álcool, 20% a mais que no mesmo período de 2006.

Com os investimentos, a capacidade total de exportação de álcool do porto de Paranaguá sairá dos atuais 90 milhões de litros para cerca de 200 milhões de litros. Os empreendimentos serão entregues entre este semestre e março de 2008.

A obra mais importante será a do terminal público do porto de Paranaguá exclusivo para álcool. A administração do porto investiu 13,7 milhões para implantar estrutura de sete tanques com capacidade de armazenamento total de 35 milhões de litros. Sem o empreendimento seria difícil cumprir a meta de exportar 600 milhões de litros neste ano, segundo o superintendente da Alcopar, Adriano da Silva Dias. "Até conseguiríamos, mas com muita dificuldade, sobretudo por causa da concorrência com outros granéis líquidos, como óleo de soja", explica. Dias acrescenta que a vantagem do terminal público é que será exclusivo para álcool, o que evitará contaminação com outros combustíveis, garantindo segurança nos contratos de exportação de tipo de álcool usado como máteria-prima para fabricação de bebidas.

Outro investimento - de R$ 30 milhões - está sendo feito pela Catallini Terminais Marítimos. A empresa já operava com álcool e outros granéis líquidos, e somava capacidade estática para 90 milhões de litros, que será duplicada para 186 milhões de litros. O valor também inclui a ampliação do terminal de líquidos não-inflamáveis.

A CDA Trading S.A começou a aplicar R$ 90 milhões em dois empreendimentos de infra-estrutura sucroalcooleira, entre eles uma unidade de armazéns destinado ao preparo do álcool para exportação no porto de Paranaguá. A empresa exportou no ano passado 300 milhões de litros de álcool e terceirizava a armazenagem do produto no porto.

A previsão para 2007/08 é de embarcar ao exterior 400 milhões de toneladas de álcool e, a partir de março de 2008, a trading passará a usar o terminal próprio que terá capacidade para 45 milhões de litros.

Mas, apesar de Paranaguá ter tarifas e melhor infra-estrutura para exportação de álcool, não é vantajoso para as usinas de São Paulo utilizarem o porto paranaense, segundo Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência. "O custo com frete rodoviário não compensaria. Talvez fosse atrativo para algumas usinas do Oeste paulista", avalia.

Segundo maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil - depois de São Paulo - o Paraná deve registrar na 2007/08 produção de 1,7 bilhão de litros de álcool, 28% mais que na safra passada. Segundo Dias, da Alcopar, a previsão é de até 2010, as exportações do produto atingirem 1 bilhão de litros.

Os Estados Unidos ainda são o principal mercado do álcool brasileiro, apesar das altas tarifas. Segundo dados da consultoria Bioagência, na safra passada, o Centro-Sul do Brasil vendeu 3,4 bilhões de litros, dos quais 1,9 bilhões de litros para o mercado americano. O restante, para Caribe e Ásia.

Segundo o presidente da CDA Trading, Adalberto Pinto, o produto chega ao mercado americano via Caribe, onde é desidratado para seguir aos Estados Unidos sem tarifas. A CDA Trading prevê neste ano movimentar no total 1 bilhão de litros de álcool, 60% da produção do Paraná. O faturamento previsto é de US$ 160 milhões, 25% a mais que em 2007.

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