CI

Exportação é o grande desafio do mercado de farinha de carne e ossos

São diversas dificuldades encontradas pelas empresas do setor, entre elas, as rigorosas normas estabelecidas pelo Mapa


Um dos desafios do segmento de subprodutos de origem animal, em especial da farinha de carne e de ossos, é alcançar o mercado internacional. São diversas dificuldades encontradas pelas empresas do setor, entre elas, as rigorosas normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para fabricação desse produto direcionado à exportação, a burocracia para adquirir uma licença de exportação e, principalmente, a diferença de parâmetros de avaliação da qualidade do produto existentes nos países.

“Isso significa que, para conseguir exportar, as empresas brasileiras precisam entender exatamente qual é a demanda da nação importadora e voltar seus objetivos para atender essas especificidades”, afirmou Ronaldo Linares Sanches, do Laboratório Nacional Agropecuário de Minas Gerais (Lanagro-MG), durante o Fórum Qualidade de Farinhas de Carne e Ossos, realizado na última quinta-feira (16-9), em São Paulo.

Segundo Sanches, uma exigência universal dos importadores desse produto é a homogeneidade das farinhas oferecidas e por esse motivo as empresas precisam ter processos produtivos com qualidade e padrão. “Outro fator relevante para nações estrangeiras é a análise feita por laboratórios enquadrados no NBR ISO 17.025, que atestem justamente essa uniformidade e qualidade”, completa.

Um indicativo da falta de qualidade da farinha de carne, de acordo com Sanches, é a alta concentração de colágeno, advinda da inserção de tendão, pêlo, couro, tecidos conjuntivos no produto. Na farinha de ossos, é a detecção de ostras, silicatos e cerâmicas no produto, além de casos de farinha de ossos calcinados sem ossos calcinados. Para farinha de sangue, o problema reside em encontrar tecidos ósseos, sal, ovos de inseto e açúcar. A detecção de vísceras e sangue é um indicativo de atenção para farinha de pena, já em farinha de peixe, a presença de pena e vísceras de aves atesta problemas com o produto e, em alguns casos, fraudes.

Carlos Braido, diretor do Sincobesp - Sindicato Nacional dos Coletores e Beneficiadores de Sub Produtos de Origem Animal, organizador do Fórum Qualidade de Farinhas de Carne e Ossos, explica que mercado de graxarias está cada vez mais preocupado com a qualidade de seus produtos por isso esses problemas apontados por Sanches são mais difíceis de serem encontrados nas empresas brasileiras. “Somos rigorosamente fiscalizados pelo MAPA e aquelas companhias que não seguem as normativas são fechadas”, ressalta. “No entanto, ainda temos dificuldades de conseguir a licença de exportação”, acrescenta.

Para vencer essas barreiras, Braido contou que o Sincobesp está atuando de maneira ativa junto ao MAPA e um dos resultados dessa ação é a missão chilena que virá ao Brasil no final deste mês para visitar empresas fabricantes de farinhas. Atualmente, o mercado brasileiro exporta apenas 1% do total produzido, o equivalente a 60 mil toneladas/ano.

Com patrocínio da Alltech do Brasil e da Braido LTDA e apoio da Revista Graxarias, o Fórum Qualidade de Farinhas de Carne e Ossos ainda contou com a medição de Valdirene Paes, assessora jurídica do Sincobesp, e apresentação de Valquiria Terribili D'Almeida, gerente de qualidade da Microbial, e de Maria Lúcia Braga Sanvindo, gerente técnica da Microbial, sobre a parceria entre a entidade e o laboratório para o monitoramento das matérias-primas que garantem a qualidade do produto final. O encerramento ficou por conta de Gustavo Razzo, presidente do Sincobesp.

As informações são da assessoria de imprensa do evento.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.