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Exportações de carne devem alcançar US$ 4 bi em 2006

A direção da Abiec promete tomar medidas contra países que colocarem barreiras


As exportações de carne bovina do Brasil neste ano devem atingir a cifra recorde de 4 bilhões de dólares, com crescimento de quase 1 bilhão de dólares frente ao ano passado, informou a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) nesta sexta-feira (01-12) .

O número deve ser obtido apesar das restrições parciais à venda de carne do Brasil impostas por 56 países em decorrência dos focos de febre aftosa ocorridos no país no fim de 2005, observou a diretora de marketing da Abiec, Andréa Veríssimo, em um seminário.

Segundo a entidade, a melhora de preços do produto brasileiro no mercado internacional explica a expansão na receita. Além disso, muitos frigoríficos conseguiram contornar os embargos por contarem com unidades em várias regiões do país.

No acumulado de janeiro a outubro, a receita com as vendas no exterior já ultrapassou o valor obtido em 2005, somando 3,19 bilhões de dólares. No ano passado, as exportações de carnes somaram 3,14 bilhões de dólares.

A diretora da Abiec não tinha disponível a previsão para o volume embarcado no ano, mas ela disse que haverá aumento. Em 2005, o Brasil exportou 2,3 milhões de toneladas.

O país é o maior exportador de carnes em volumes, respondendo por um quilo de carne de cada três exportados no mundo, segundo a Abiec.

Andréa ressaltou que, apesar do bom desempenho, a Abiec promete tomar medidas contra aqueles países que considera que não estão cumprindo as regras internacionais do comércio ao colocarem barreiras injustificadas à carne do Brasil.

O Chile é um deles. A Abiec pretende iniciar uma ação contra o país que, antes dos focos de febre aftosa, era um dos principais importadores do produto brasileiro. Atualmente, o Chile, após um embargo total, compra carne apenas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Na opinião da diretora, o país deveria adotar os mesmos critérios para o Brasil que estão em vigor, por exemplo, com relação às carnes da Argentina. Segundo ela, embora a Argentina também tenha tido febre aftosa, o Chile não foi tão rigoroso ao adotar embargos contra o país vizinho.

"O setor privado vai tomar medidas neste mês. O Chile tem feito sanções econômicas ao Brasil. Vamos ter uma ação mais forte. Já mandamos analisar o salmão do Chile", declarou ela, destacando que a entidade quer provar que os chilenos adicionam corantes à ração dada aos peixes para que sua carne fique com um vermelho mais intenso.

"Vamos jogar na mesma moeda. Isso vai atrapalhar as exportações do Chile", acrescentou ela em um seminário.

A Abiec pretende enviar para um sistema da União Européia conhecido como "alerta rápido" os resultados das amostras do salmão chileno.

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