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Exportações devem se estender no MT e atrapalhar o milho

Balanço do quadrimestre revela movimentação 4% menor


Balanço do quadrimestre revela movimentação 4% menor em relação ao mesmo período de 2012

As exportações de mais uma safra recorde de soja, em Mato Grosso, aceleraram nos últimos dois meses – março e abril, especialmente no mês passado – mas ainda não atingiram o ritmo observado no primeiro quadrimestre do ano passado. Comparando os embarques realizados até o momento, de janeiro a abril deste ano, de 4,5 milhões de toneladas, há queda de 4% em relação ao volume contabilizado em igual período de 2012. Mesmo com a recuperação dos volumes enviados no mês de abril, ainda não se superou o acumulado exportado no ano passado.


Com volumes ainda inferiores e com a certeza de mais um recorde na produção de milho segunda safra, a situação começa a preocupar produtores em função da concorrência, entre os grãos, por armazéns já a partir de meados junho com a colheita do cereal.

Como apontam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), no Boletim Semanal da Soja, os gargalos logísticos que represaram os envios internacionais em pleno pico da safra de soja, devem ainda segurar as movimentações o que pode prejudicar a armazenagem com a chegada do milho.

Com os novos dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) tem-se um novo cenário nas exportações mato-grossenses na safra 2012/13. “Devido aos problemas logísticos que prejudicaram o escoamento do grão no primeiro trimestre do ano, o comportamento das exportações foi de grande expansão no mês passado, que deve continuar acontecendo nos próximos meses”.

Acompanhando essa tendência, o volume embarcado no mês de abril, de 2,5 milhões de toneladas, foi 74% maior do que o registrado no mês de março. “Em 2012, o mês de abril apresentou um comportamento atípico devido a problemas financeiros mundiais que retraíram a exportação do agronegócio brasileiro na maioria das culturas. Nesse período, a soja em grão exportada pelo Estado registrou um volume embarcado de 1,3 milhão de toneladas”, destaca o Boletim.

Na safra 2012/13, abril registrou o maior índice de exportação mensal do ano, sendo 89% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Com esse alto índice de soja em grão exportado, a safra 2012/13 totaliza 4,5 milhões de toneladas já embarcadas. “Mesmo assim, com a safra recorde no Estado, ainda há muita soja para ser exportada que, e provavelmente, ainda não estará toda escoada quando a colheita recorde de milho iniciar”, alertam os analistas da Cadeia de Grãos.


EXPORTAÇÕES 2013 - A deficiência logística na safra 2012/13, o prejudicou o escoamento da produção, fazendo com que março, mês em que as exportações tendem a ser altas, fechasse com um volume de apenas 1,4 milhão de toneladas embarcadas. Com esse déficit em março e, como já era esperado, o número das exportações mato-grossenses da soja em grão aumentou significativamente no mês de abril e a tendência é que o volume recorde de produção do Estado venha a ser escoado em grandes quantidades nos próximos meses.

Nesta safra, o Estado bateu novamente o recorde de área plantada e produção, foram cultivados 7,89 milhões de hectares, ganho espacial de 11,6% sobre o volume histórico da safra passada e colhidas 23,58 milhões de toneladas, aumento de 10,4% ante o recorde de 2011/12.

MERCADO DE CLIMA – A velocidade das exportações, assim como a formação dos preços no mercado futuro para a safra 13/14, serão ditados em quase sua totalidade a partir de agora pelas condições de plantio nos Estados Unidos, período chamado de mercado de clima. Por enquanto, a semeadura da soja por lá segue atrasada. Com clima desfavorável, apenas 2%, ante os 22% no mesmo período da safra passada, foram semeados.

De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês), os estados de Iowa e Ilinois, principais produtores do grão, estão com um atraso de 10 pontos percentuais (p.p.) e 8 p.p., respectivamente.

A previsão do tempo para os próximos dias nessas regiões produtoras mostra áreas com grandes precipitações e áreas com tempo bom. Dessa forma deve ocorrer progresso na semeadura, porém, como o milho já vem com atraso por força do clima, a área que deveria ter sido semeada com a soja aumentou e essa expansão sobre as adversidades pode não ser coberta integralmente. “Assim, o progresso na semeadura, mesmo com clima favorável, deve ser lento”.

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