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Exportações do agronegócio para o Egito crescem 220%


O crescimento das exportações para o Egito foi um dos destaques da balança comercial do agronegócio nos meses de janeiro e fevereiro, de acordo com relatório divulgado pela Secretaria de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura. Os embarques de produtos agropecuários para o país do Norte da África aumentaram 220,5% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Na avaliação do secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB), Michel Alaby, a carne bovina foi o produto que mais contribuiu para o aumento das vendas para o Egito.

“A carne brasileira está sendo muito bem aceita pelos árabes, pois é uma carne ‘verde’, o boi é alimentado com pasto natural e não traz riscos aos humanos”, afirmou Alaby, referindo-se à ocorrência de um caso do mal da vaca louca em dezembro passado nos Estados Unidos. A transmissão da doença entre os bovinos é atribuída à alimentação a base de proteína animal utilizada com maior freqüência em países onde o gado é criado confinado, como nos EUA.

Somente em janeiro, o Egito comprou 15,2 mil toneladas de carne bovina do Brasil, equivalentes a US$ 15,1 milhões. No primeiro mês do ano, o país do Norte da África foi o principal comprador do produto brasileiro em termos de quantidades e o segundo em termos de receitas cambiais.

Ainda em janeiro, o Egito comprou o equivalente a US$ 8,8 milhões em açúcar do Brasil, contra os US$ 4,5 milhões registrados no primeiro mês do ano passado. Na avaliação dos técnicos da CCAB, o aumento nas vendas de carne e açúcar é o principal fator que tem influenciado positivamente a balança do Brasil com o Egito.

No acumulado de 2004, as vendas totais do Brasil para o país do Norte da África somaram US$ 120 milhões, o que colocou o Egito na posição de primeiro comprador de produtos brasileiros entre os países árabes.

Geral

As carnes (incluindo também a de frango e suína) foram o segundo principal item na pauta de exportação do agronegócio em janeiro e fevereiro com receitas de US$ 667,6 milhões, atrás apenas do complexo soja (US$ 825 milhões).

No geral, as exportações do agronegócio brasileiro em janeiro e fevereiro somaram US$ 4,578 bilhões e as importações US$ 721 milhões. O saldo favorável ao Brasil, portanto, ficou em US$ 3,857 bilhões. De acordo com o os técnicos do Ministério da Agricultura, tanto o superávit como o total exportado foram recordes históricos para o período.

Em relação aos blocos econômicos de destino, os maiores crescimentos registrados foram nos embarques para a União Européia (23,7%), Ásia (67,4%), África (52,2%, aqui se incluem os países árabes norte-africanos, como a Argélia, Egito, Marrocos e Tunísia), Oceania (40,3%) e Mercosul (42,7%).

No tocante aos países, exceto o Egito, os maiores aumentos foram registrados nos embarques para a Polônia (736,8%), Romênia (535,2%) e Israel (127,2%). No entanto, os principais compradores dos produtos do agronegócio brasileiro continuam sendo os Estados Unidos, a Holanda e a China.

Já as importações caíram de US$ 778 milhões nos dois primeiros meses de 2003 para US$ 721 milhões em janeiro e fevereiro de 2004. No entanto, foram registrados aumentos expressivos nas compras de algodão (71,1%), arroz (67,9%) e borracha natural (23,9%). As importações de leite, trigo e milho, porém, recuaram, respectivamente, 49%, 25% e 15%.

FevereiroM

No que diz respeito ao mês de fevereiro apenas, as exportações do setor para o Oriente Médio aumentaram 20,53%, passaram de US$ 114,2 milhões em fevereiro de 2003 para 137,6 milhões. Para a África o crescimento foi de 76,67%, aumentando de US$ 93,2 para US$ 164,6 milhões. No acumulado dos últimos 12 meses as exportações para o Oriente Médio aumentaram 27%.

Na avaliação de Michel Alaby os principais produtos que impulsionaram o aumento nas exportações para o Oriente Médio foram o frango, a carne bovina, soja, açúcar e café.

No total, o setor do agronegócio exportou o equivalente a US$ 2,254 bilhões em fevereiro, um aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado, e registrou um saldo de US$ 1,918 bilhão, 36% a mais do que em janeiro de 2003. Assim como no acumulado de janeiro e fevereiro, tanto o superávit como o total dos embarques foram históricos para meses de fevereiro.

Os segmentos que apresentaram maior crescimento nas exportações no período foram o do complexo soja (94,7%), sucroalcooleiro (37,96%), carnes (27,9%), frutas (17,6%), madeiras e sua obras (13,8%) e pescados (12,8%). As vendas externas do agronegócio corresponderam a 39,4% do total das exportações brasileiras em fevereiro que somaram US$ 5,722 bilhões.

Os embarques dos produtos do complexo soja (grãos, farelo e óleo) pularam de US$ 211,5 milhões (fevereiro de 2003) para US$ 412 milhões (fevereiro de 2004). Os técnicos do Ministério da Agricultura citaram, em seu relatório, estimativa da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) que prevê que as vendas externas do complexo soja vão gerar US$ 11,2 bilhões em 2004, 38% a mais do que em 2003 quando o valor chegou a US$ 8,2 bilhões.

No que diz respeito aos destinos, os principais em fevereiro foram os Estados Unidos (US$ 353,7 milhões, quase 16% do total do setor, mas com queda de US$ 29,5 milhões em relação a fevereiro de 2003), Holanda (US$ 223 milhões) e China (US$ 133,8 milhões, 163,46% a mais do que em fevereiro do ano passado).

Já as importações em fevereiro somaram US$ 335,8 milhões, uma queda de 15% na comparação com o mesmo mês de 2003. De acordo com o Ministério da Agricultura, houve redução nas compras de trigo, leite e milho, que figuram entre os principais produtos importados pelo setor.

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