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Exportações sucroalcooleiras cresceram 60%

Análise de especialista aborda cenário do açúcar, etanol e cana


Foto: Eliza Maliszewski

Em maio, as exportações do complexo sucroalcooleiro aumentaram 60,8% em relação a maio do ano anterior, atingindo volume de US$ 826,21 milhões. Até 15 de junho a moagem está em 186,58 milhões de toneladas, 8,8% acima na comparação anual, de acordo com dados da Única. A expectativa é fechar nesta safra entre 590 a 600 milhões de toneladas, contra as 590,4 da safra anterior, e um mix de entre 45% a 47% da cana para açúcar, contra 34,3% na anterior. 

A análise é do especialista em planejamento estratégico do agronegócio e professor da FGV, Marcos Fava Neves. 

Desempenho do açúcar

A Organização Internacional do Açúcar (OIA) estima na safra 2019/20 um déficit global de 9,3 milhões de toneladas, vindos de uma produção estimada de 166,8 milhões de toneladas (4,4% menor) e consumo de 176,1 milhões de toneladas, alta de 1,3%, mas sem considerar os efeitos do Covid-19. E na safra 2020/21, prevê um déficit de 6,9 milhões de toneladas. “Precisamos refletir aqui que não estão sendo considerados os efeitos do Covid-19 no consumo e, ainda, a produção maior anunciada pela Índia. Nesta temporada devem produzir 27,2 milhões de toneladas, e na que se inicia em 1° de outubro, pular para 30,5 milhões de toneladas. Com isso, o governo deve subsidiar exportações e tombar o mercado internacional”, destaca o especialista.

Já a FCStone acredita em déficit bem menor em 2019/20, de 3,1 milhões de toneladas. A produção seria de 180,8 milhões de toneladas e o consumo cairia para 183,9 milhões de toneladas. “Em junho, em média, o açúcar esteve 6% mais barato que no mesmo mês do ano passado, em dólar. Como tivemos ampla desvalorização do real, pode-se perceber o melhor resultado e a decisão açucareira da safra”, destaca sobre o mercado.

De janeiro a maio as exportações de açúcar foram de 8,5 milhões de toneladas, 43% superiores ao mesmo período do ano passado. As exportações de junho foram, de 3,004 milhões de toneladas, volume 95% maior que junho do ano passado.

Desempenho do etanol 

O relatório da Unica mostrou que na primeira quinzena de junho as vendas de etanol das usinas do Centro-Sul foram 10,50% (1,18 bilhão de litros) menores que na quinzena de 2019 (1,31 bilhão de litros). Desde o início desta safra estamos quase 25% abaixo, com 5,15 bilhões de litros. 

A FCStone projeta produção de etanol em 28,1 bilhões de litros (somando-se a cana e milho), sensivelmente menor que a de 30,6 bilhões na projeção de março. Projetam a produção de etanol de milho no Brasil neste ano em 2,3 bilhões de litros, aumento de 40%. A produção de etanol de milho também está 73% acima do ano passado chegando a 350,76 milhões de litros.

“A boa notícia é que foram disponibilizados R$ 3 bilhões para financiar estoques pelo BNDES e o dinheiro está à disposição do setor. A taxa é ao redor de 2,5%. Aprovada a venda direta de etanol hidratado para os postos de combustíveis. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) até outubro deste ano estará pronta a regulamentação. Outra noticia boa é a volta do consumo do etanol de milho nos EUA, com a flexibilização do isolamento”,explica Neves.

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