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Exposição às micotoxinas reduz ganho diário de carcaça para gado de corte

Pesquisas indicam a redução na eficiência e bem-estar dos animais


Pesquisas indicam a redução na eficiência e bem-estar dos animais que consumiram dietas contaminadas em confinamento e criação a pasto

Análises recentes da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) apontaram a contaminação por micotoxinas na dieta de rebanhos de confinamento nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Embora 66% das amostras verificadas tenham apresentado níveis baixos de contaminação, a pesquisa mostrou que os animais tiveram dificuldades no ganho de peso e perdas de até 140 gramas na carcaça por dia devido ao problema identificado.

O estudo avaliou mais de 90 bois da raça Nelore que tinham cerca de dois anos e não apresentavam qualquer sintoma clínico evidente ocasionado por uma dieta com ingredientes contaminados por micotoxinas. Segundo o professor e pesquisador da APTA Colina, Gustavo Siqueira, não é possível mais ignorar esse risco na produção. “Nós tínhamos um conceito de que os animais de confinamento eram muito resistentes a essas substâncias e o estudo mostrou uma redução no desempenho muito acima da expectativa, considerando nível da contaminação. As micotoxinas são ladrões ocultos do negócio e o produtor precisa estar atento a essa nova realidade”, alerta.

Na maioria dos casos, as micotoxinas não podem ser identificadas facilmente. Porém, a ingestão pelo animal de um nível baixo dessas substâncias durante um longo período reduz lentamente o desempenho. “Coletamos seis amostras em cada uma das regiões e em todas elas identificamos a presença de micotoxinas. Mesmo que somente 10% dessas dietas tenham apresentado risco alto de contaminação, vale reforçar que o problema também é a combinação dessas substâncias”, destaca Siqueira.

Criação a pasto

No Oeste de São Paulo, o diagnóstico do impacto das micotoxinas na fisiologia dos rebanhos, inclusive de aninais criados a pasto, foi confirmada por avaliações realizadas pelo Laboratório de Patologia Animal. As alterações apresentaram modificações nos órgãos e tecidos. “Passamos agora por uma mudança de paradigma muito grande na produção animal em que se imaginava que doenças infecciosas, seja bacteriana ou viral, eram as grandes vilãs das perdas produtivas e reprodutivas. E, na verdade, sabemos que esses fatores entram como coadjuvantes”, explica o responsável técnico do laboratório, Osimar de Carvalho Sanches.

Identificando o problema

A cada safra o desafio das micotoxinas precisa ser reavaliado considerando a interferência do clima, por exemplo, na produção dos grãos e a variação da presença da substância nos ingredientes da dieta. Segundo o zootecnista e gerente de vendas da Alltech para ruminantes, Diogo Foratto, neste ano o item que tem apresentado maior risco de contaminação é a polpa cítrica, sendo que no ano anterior foi o milho.

A conclusão veio após quase 350 análises realizadas em todo o Brasil pela Alltech, que avaliaram somente seis micotoxinas e os resultados das amostras apontaram um nível médio de contaminação. “Há variações de acordo com as safras e, inclusive, de mês em mês podem haver variações na qualidade das dietas. O produtor não consegue perceber porque os efeitos nos animais são subclínicos. Mas as avaliações mostraram que o índice de contaminação mais baixo é superior a 90, sendo 150 considerado alto”, avalia Foratto.

Solução

Como alternativa para minimizar esses impactos negativos no campo, a Alltech dispõe de tecnologias e ferramentas que auxiliam na elevação dos índices produtivos dos animais expostos a esse problema. Entre os recursos está o Mycosorb A+, adsorvente de micotoxinas mais utilizado no mundo, que tem apresentado resultados eficientes por combater um amplo espectro das substâncias.

De acordo com Foratto, o primeiro passo antes de optar pela utilização de alguma solução é uma consulta de um especialista. “A escolha de um adsorvente eficiente deve ser feita com a ajuda de um profissional, pois existem diferentes tecnologias disponíveis no mercado, mas nem todas foram desenvolvidas para atuar em amplo espectro de micotoxinas e em alguns casos, pode haver interação do adsorvente com vitaminas, minerais e outros aditivos”, destaca.

Alerta

Como forma de conscientizar os pecuaristas deste problema, bem como auxiliar na busca de alternativas para minimizarem os impactos na rentabilidade das propriedades, a Alltech lançou a campanha “Tudo Sobre Micotoxinas” (www.tudosobremicotoxinas.com). O site conta com diversos conteúdos esclarecendo desde o surgimento da micotoxina até os efeitos ocasionados nos animais pelos tipos mais conhecidos.

A proposta é informar sobre a redução da eficiência do sistema imunológico do animal e seu bem-estar e portanto, menor desempenho produtivo, e apontar soluções para o desafio. “Há tipos mais agressivos que estão entre os mais comuns e, quando ocorre a combinação com outras micotoxinas, o risco é potencializado. Podemos auxiliar, mas não podemos eliminar os riscos, por isso a atenção precisa ser constante”, explica o diretor Global do Programa de Gerenciamento de Micotoxinas da Alltech, Nick Adams.

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