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Falta da chuva faz produtores procurarem seguro

Lavouras de milho estão sofrendo com a falta de chuva


Lavouras de milho estão sofrendo com a falta de chuva

A falta de chuvas continua a prejudicar as lavouras de milho e soja na região Sudoeste. A previsão dos principais institutos de metereologia é que a estiagem continue por pelo menos mais uma semana. A notícia não agrada os agricultores que estão calculando as perdas no campo para acionar o seguro agrícola (Proagro). Informações da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) indicam que perto de dois terços das lavouras de grãos do Paraná sofrem desde o início do mês com a redução das chuvas.


De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura, 62% do milho e 44% da soja, em floração e frutificação, estão suscetíveis a perdas climáticas no Estado. Um dos municípios mais castigados da região é Marmeleiro onde há 30 dias não chove. O secretário municipal de Agricultura Gilmar Garbin disse que a estiagem comprometeu 50% da safra de milho. "Tivemos aqui algumas pancadas de chuvas isoladas, mas não é suficiente para suprir a necessidade das plantações".

Garbin salienta que falta de chuva também preocupa os produtores de soja. A planta está em fase de floração e precisa da água para se desenvolver plenamente. O Departamento de Agricultura e a Defesa Civil Municipal estão acompanhando com atenção os casos e a prefeitura já registra inúmeros pedidos de abertura de bebedouros e açudes para armazenar água para os animais.

Outro problema preocupante, disse Garbin, é que o milho que está prejudicado para ser colhido não pode nem sequer ser utilizado para silagem, pois correm risco de perder o dinheiro do seguro agrícola. "No Rio Grande do Sul esse milho está liberado para fazer silagem e aqui também deveria acontecer", observa.

Em Nova Esperança do Sudoeste a situação não é tão crítica porque no último final de semana teve regiões do município em que choveu bastante. Ainda assim, o técnico da Emater Romoaldo de Souza, acredita que pelo menos 20% das lavouras de milho estão comprometidas. "Se continuar sem chuva por mais uma semana, a tendência é aumentar o prejuízo." Conforme disse, a chuva registrada foi bastante irregular. Em algumas propriedades, os produtores registraram 72 milímetros de chuvas, em outras não passou de 10 mm.

Situação muito parecida vive o município de Itapejara D´Oeste, onde a chuva amenizou a situação das culturas de verão. A chuva do final de semana também foi bastante irregular, com pancadas aqui e ali, mas na grande parte do município não choveu. Por isso, as perdas devem ficar entre 30% e 40% na produção de milho. O técnico da Emater, Cristiano Frigo, salienta que a soja também precisa de chuva. As que foram semeadas mais cedo sofreram com o frio prolongado. Agora, para complicar, as chuvas não estão sendo bem distribuídas.




Pedidos de Proagro

Em Francisco Beltrão a estiagem castiga duramente as lavouras de milho. A agência da Cresol do município registra aproximadamente 100 pedidos de seguro agrícola, dos quais 90% são referentes a perdas com a estiagem. A outra parte é relativa a chuva de granizo do mês passado que prejudicou o milho. Volmir Flores, analista de crédito da cooperativa, salienta que os produtores solicitam o Proagro agora, um perito vai até a propriedade para fazer o levantamento para depois liberar seguro para cobrir a lavoura.

A Cresol de Marmeleiro tem, até o momento, cerca de 50 pedidos de Proagro que serão protocolados na próxima semana para que no início de janeiro os peritos possam fazer as visitas de campo.

A coordenadora da cooperativa no município, Silvia Michelon, explica que a tendência é aumentar, principalmente se não chover nos próximos dias. A Cresol financiou cerca de 400 lavouras de milho em Marmeleiro através do Pronaf (Plano Nacional da Agricultura Familiar).

O gerente de negócios do Banco do Brasil de Beltrão, Zózimo Hammerschmidt, salienta que os produtores devem esperar a estiagem acabar para apurar os prejuízos e acionar o seguro. “Não se pode fazer um levantamento hoje, sendo que amanhã as perdas podem ser ainda maiores”, pontua. Ainda assim, a agência contabiliza cerca de 50 pedidos de Proagro.

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