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Falta de boi magro

A queda no preço da carne e a falta do boi magro dificultam a reposição do rebanho de pecuaristas que trabalham com engorda de gado


Os pecuaristas que trabalham com a engorda do boi estão com dificuldade para fazer a reposição do rebanho. O preço da carne caiu e o do boi magro subiu.

O seu Alfredo Neves Filho é pecuarista em Araçatuba, no noroeste de São Paulo. Ele está vendendo a arroba do boi gordo por R$ 82, valor 10% mais baixo do que o praticado em julho do ano passado. O criador reclama que se os preços estão caindo, o mesmo não acontece com os custos de produção.

O produtor gasta com rações, vacinas e muitas vezes com inseminação artificial. Mas o que tem pesado mais no bolso do produtor é a reposição. É do que reclama seu Alfredo. Ele compra principalmente bois magros para a indústria e vende os animais quando atingem o preço médio de 18 arrobas.

Este ano, o seu Alfredo está encontrando preços mais altos para estas compras. O boi magro de 30 meses está saindo por R$ 1,1 mil, um valor quase 13% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.

“O comerciante do boi magro está levando mais vantagem. Por isso, uma grande margem de pecuaristas prefere comercializar o boi magro do que ele fazer a própria engorda”, disse seu Alfredo.

O analista de agronegócio Lucas Zanatta conhece bem o mercado do boi. Ele explicou o que aconteceu para que o preço do gado de reposição ter subido muito. “O boi magro tem sido uma mercadoria difícil. Nem todo mundo está achando na quantidade e na qualidade desejada. Hoje se tem o boi magro valendo o dobro do preço do boi gordo, mas a vista. Então, isso tem dificultado muito a vida do invernista que engorda o boi", disse.

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