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Falta de chuva ainda preocupa os agricultores gaúchos

Não há informações quanto aos reais prejuízos, mas o que está sendo notado pelos produtores rurais e técnicos agrícolas já serve de alerta


O avanço das lavouras, a ocupação do solo e a ação do homem, associados a longos períodos de estiagem, são alguns dos fatores responsáveis pela redução dos níveis de água em rios e lagos. Em Santa Cruz do Sul este problema vem se agravando ao longo dos últimos três anos e, mesmo com o aumento no volume de chuva, os agricultores ainda enfrentam problemas para conseguirem manter suas plantações.


Não há informações quanto aos reais prejuízos, mas o que está sendo notado pelos produtores rurais e técnicos agrícolas já serve de alerta. Nas regiões mais elevadas os reservatórios estão com os níveis abaixo do que normalmente era verificado.

Há casos em que até mesmo nascentes, responsáveis por fornecer água para a propriedade, secaram. Uma delas fica em Rio Pardinho, na propriedade do agricultor Raimundo Lenz, 58 anos. Ele conta que cresceu acostumado a retirar água da fonte.

Nos últimos anos, quando a chuva se tornou escassa, a água começou aos poucos a desaparecer. Hoje a reserva que ajudava a matar a sede de sete pessoas na propriedade de 8,8 hectares dá lugar a um monte de terra ressecada.

A diminuição do volume obrigou a família a começar a comprar água de um reservatório mantido pela Prefeitura na região. “É triste ver uma situação como estas, mas estamos colhendo resultados da falta de cuidados com a natureza”, avalia.

Lenz acredita que, além dos baixos níveis de precipitação, a ação do homem fez com que tenham ocorrido problemas. No seu caso, a fonte que secou antes era cercada por florestas. Agora ao redor dela existem apenas pés de milho, cultivados para manter a alimentação dos animais. “Todos foram responsáveis”, reconhece.

O técnico da Emater de Santa Cruz, Edmar Segatto, reforça a avaliação do agricultor. Segundo ele, com o passar do tempo não foram tomadas as medidas adequadadas para proteção do meio ambiente. “Hoje já não temos muito o que fazer”, frisa. Mesmo assim, salienta que é necessário haver conscientização quanto aos cuidados que devem ser tomados para reduzir os danos ambientais. “Depois dos últimos anos com estiagens prolongadas os níveis de água foram baixando até que as fontes e os açudes secassem”, comenta.


Embora considere que será difícil reverter esta situação, Segatto acredita que ainda há medidas que podem ser adotadas para evitar que os impactos se agravem ainda mais. “Existe uma legislação ambiental que deve ser respeitada, mas que infelizmente às vezes é ignorada”, aponta.

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