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Falta de chuva traz preocupação a produtor de milho do PR e MT

Praticamente não choveu nos primeiros dez dias de maio


SÃO PAULO (Reuters) - A escassez de chuvas em maio e previsões climáticas indicando que a condição no campo continuará seca nos próximos dias preocupam produtores de milho segunda safra em Mato Grosso e Paraná.

Até o final de abril a situação caminhava bem nos dois Estados, que respondem por cerca de 70 por cento da produção da "safrinha" do país. Mas praticamente não choveu nos primeiros dez dias de maio nas principais regiões produtoras, segundo fontes ligadas ao setor produtivo e a Somar Meteorologia.

"A safra de milho está indefinida, estamos de olho para entender o que pode acontecer", disse o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otavio Celidonio, lembrando que alguns produtores dizem que suas lavouras não recebem chuvas há mais de 20 dias.

Segundo ele, alguns agricultores afirmam que suas plantações estão sem chuvas há um bom tempo, enquanto os vizinhos receberam precipitações em volumes adequados, devido à irregularidade climática.

Mas o Imea, que nesta semana atualizou a sua previsão de safra, manteve a produtividade em 4,3 toneladas por hectare na comparação com o levantamento de abril, na expectativa de que o Estado receba as chuvas.

O Mato Grosso é o maior produtor de milho safrinha do Brasil, com produção estimada pelo Imea em 7,5 milhões de toneladas, contra 8,4 milhões de toneladas na temporada passada, quando a área plantada foi 10 por cento maior.

Neste ano, produtores plantaram menos devido ao atraso na colheita da soja, o que reduziu a janela de oportunidade para a semeadura de milho. Quanto mais tarde se planta, menos se colhe em Mato Grosso, já que as chuvas vão ficando mais escassas conforme se aproxima o inverno.

Relatório do agrometeorologista da Somar, Marco Antônio dos Santos, avalia que o Mato Grosso pode ter perdas de mais de 3 milhões de toneladas, caso não chova no Estado em até 15 dias. Goiás, também importante produtor de safrinha, perderia mais de 1 milhão de toneladas, no caso de não chover nas próximas duas semanas.

"No Paraná, a situação é bem melhor, ainda há lavouras que correm o risco de quebras por déficit hídrico, mas o percentual não passa de 15 por cento", segundo Santos.

Otmar Hubner, diretor do Deral (Departamento de Economia Rural), do governo do Paraná, afirmou que a situação de falta de chuva preocupa, não somente para o milho mas também para o trigo.
"Estamos alguns dias sem chuvas. Em maio choveu pouco em todo o Paraná, estamos preocupados, mas ainda não se fala em perda", disse Hubner.

Se o tempo colaborar, o Paraná poderá ter uma safra recorde de milho safrinha, estimada em 7,3 milhões de toneladas, diante do crescimento da área plantada de mais de 20 por cento.

A segunda safra brasileira de milho, estimada pelo Ministério da Agricultura em 21,6 milhões de toneladas, responde por aproximadamente 40 por cento da produção total do cereal do país.

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