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Falta glifosato no mercado de Mato Grosso

Previsões de redução de área plantada levaram indústrias a cortar produção


Veranico e ferrugem não são os únicos problemas que os sojicultores mato-grossenses têm enfretado neste início de safra, está faltando um importante insumo no mercado, o glifosato, herbicida usado para dessecação da planta na fase de pré-plantio e no controle de ervas daninhas da soja transgênica.

“O plantio está tendo problemas devido à escassez deste produto no mercado”, revela o diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Ricardo Tomcysk. Tomcyzk explica que o glifosato é aplicado no preparo do plantio da soja. “No caso da soja transgênica, que tem gene mais resistente, o produto é usado para fazer o controle das ervas daninhas, exigindo-se uma segunda aplicação”.

Normalmente, aplicam-se três litros do herbicida por hectare, no momento do plantio, mais três aplicações, em média, para a soja transgênica. A Aprosoja prevê que 40% da área da soja no Estado – o equivalente a cerca de dois milhões hectares – serão plantadas com sementes transgênicas.

Comércio - O setor de revenda confirma a falta do produto no mercado local. De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), Roberto Motta, o glifosato “começou a faltar” no mercado desde a última semana de outubro. Somente agora o comércio está retomando as vendas do produto, que é fornecido pela Monsanto e pela Nortox.

A Monsanto tem a matéria-prima e fornece o produto para o mercado, por meio de distribuidores como Dupont, Agripec, Dow e FMC, enquanto a Nortox também tem a matéria-prima e a fabricação própria do produto.

Motta explicou que este ano as indústrias tiveram dificuldades para suprir as revendas “em função da demanda, que ficou acima da previsão. Na verdade, a indústria esperava uma redução maior da área plantada e, por isso, importou menos produto (matéria-prima), temendo sobra de estoque”.

O presidente da Andav prevê uma queda de 750 mil hectares (ha) na safra 06/07, que passaria de 5,75 milhões/ha (safra 05/06) para 5 milhões de hectares, no atual ciclo. Motta diz que o abastecimento de glifosato no mercado local será regularizado nos próximos dias. “Acredito que haverá produto para cobrir a demanda. O pior momento já passou”, garante ele.

Os primeiros levantamentos feitos pela Aprosoja/MT previam redução na área plantada de cerca de mil a 1,5 mil hectares no atual ciclo, em relação aos números apurados pela Associação na safra passada que atingiu a cobertura de 5,9 milhões/ha.

A safra menor foi prevista em função do endividamento de dois ciclos seguidos de receita prejudicada e das dificuldades para obtenção de financiamento ao custeio, a entidade estimava que áreas mais arenosas e mais novas -- que exigem mais insumos, como fertilizantes -- seriam abandonadas pelos sojicultores, pois exigem mais investimento. Mas, em função das boas perspectivas de cotação no mercado internacional e do boom do biodiesel, a sojicultura mato-grossense 06/07 deverá contabilizar um recuo de menos de 15% e não superior a 20%, como foi projetado pelo próprio setor.

Desde a temporada 04/05, o grão vem contabilizando problemas. Ferrugem em excesso, alta custo de produção, perdas de produtividade, aumento dos custos em logística e desvalorização do dólar frente ao real.

Glifosato - O glifosato é um herbicida pós-emergente, pertencente ao grupo químico das glicinas substituídas, classificado como não-seletivo e de ação sistêmica. Apresenta largo espectro de ação, o que possibilita um excelente controle de plantas daninhas anuais ou perenes, tanto de folhas largas como estreitas. As aplicações do produto devem sempre ser dirigidas sobre as plantas daninhas seguindo as recomendações técnicas e boas práticas agrícolas.

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