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Fazenda Bela Vista lucra com a crise do leite e irá investir mais

Crescimento acima do esperado e investimentos para ampliar a produção



Crescimento acima do esperado e investimentos para ampliar a produção. Esses foram os benefícios registrados pela líder do mercado paulista de leites pasteurizados, a Leite Fazenda Bela Vista, após a crise do leite UHT registrada em setembro do ano passado. Ao fazer um balanço de 2007, o diretor comercial da Bela Vista, Paulo César Passarini, afirma que foi um ano que, economicamente, superou as expectativas da empresa. Segundo Passarini, o aumento significativo dos preços do leite longa-vida, em meados do ano, e as denúncias de fraude no setor impulsionaram as vendas da empresa, provocando um aumento de 70% da demanda de leite tipo A da marca. Entre os meses de maio e agosto, o preço do longa-vida bateu recorde histórico de alta em função da crise mundial de leite e da diminuição na oferta da versão em pó em países de grande representatividade no setor. "Até então, esses fatores pouco influenciaram as vendas do leite tipo A, por se tratar de um segmento específico e de público cativo. Mas o incremento se justifica pela procura por produtos naturais, frescos e sem conservantes", explica o executivo. Para 2008, a empresa, que atua no mercado há 20 anos, estima manter o crescimento de vendas semelhante ao do ano anterior, ou seja, na casa dos 15%. Para tanto, a empresa investiu para elevar a produção para 90 mil litros por dia de leite Tipo A, obtido por um plantel com 3 mil animais em lactação. Até o final do ano passado, a capacidade produtiva da Bela Vista era de 75 mil litros por dia, produzidos por 2,7 mil animais em lactação. Quanto ao faturamento, apesar de não revelar as cifras registradas pela empresa, o diretor informou que haverá uma redução do ritmo de crescimento. Em 2006 e 2007, o aumento da receita obtida foi de 15%. Para este ano, a previsão é de que o faturamento seja cerca de 10% maior. "Nosso principal objetivo este ano é atingir a meta de produção diária de 90 mil litros de leite Tipo A", avisa Passarini. Com essa produção, 15% maior do que a verificada em 2006, a empresa ampliou a linha de produtos com o lançamento do queijo minas frescal em uma embalagem diferenciada desenvolvida pela Cryovac - até então a Bela Vista produzia apenas o queijo acondicionado em pote plástico - e os iogurtes líquidos nas versões morango e light. No total, a empresa possui 25 itens, todos derivados de leite tipo A. Além dos lácteos, a Fazenda Bela Vista possui uma linha de sucos naturais nos sabores laranja, pêssego e uva. Segundo Passarini, paralelamente a tais variações do mercado, a empresa realizou grandes investimentos no parque industrial. "Nossa sala de ordenha, que já era considerada referência no mercado, foi totalmente substituída. Hoje somos os maiores produtores de leite tipo A da América Latina e possuímos o mais moderno sistema de ordenha do País, construído totalmente de aço inoxidável." Além disso, a Bela Vista construiu dois novos galpões para ampliar a área de confinamento dos animais, atingindo uma capacidade para 3 mil animais em lactação. Um diferencial no sistema de vendas da Bela Vista é a entrega em domicílio. Segundo o diretor da Bela Vista, com esse diferencial a empresa concorre com a praticidade do longa-vida, que possui data de validade muito maior em relação ao leite pasteurizado. "Fazemos entregas até três vezes por semana, em São Paulo, para atender aos pedidos, que são feitos sem a definição de valor mínimo", explica Passarini. A história da Fazenda Bela Vista começou em 1960 com Olavo Barbosa, ano em que adquiriu a Fazenda São José, localizada em Tapiratiba (SP), cidade próxima à divisa com Guaxupé, na região sul do Estado de Minas Gerais. Após alguns anos, a fazenda já produzia grande parte do leite B da região e, em 1970, o rebanho da São José contava com mil animais em lactação. Em 1984, Barbosa começou a construção do complexo produtivo na Fazenda São José e em 1987 entrou em operação o centro de produção de leite tipo A, batizado pelo fundador de Leite Fazenda Bela Vista. Crise A crise do leite teve início após a denúncia de adulteração do produto in natura nas cooperativas mineiras Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Coopervale) e Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil), ocorrida em setembro do ano passado. As empresas foram acusadas de adicionar água oxigenada e soda cáustica a leite de baixa qualidade que seria destinado à produção de UHT. Na ocasião, foram envolvidas no escândalo as empresas Parmalat e Calu, por adquirirem leite das cooperativas.

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