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Fazenda de MS pode ter gado contrabandeado


A investigação do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) sobre a Estância Três Estrelas, em Paranhos, a 470 quilômetros de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, apontou que há indícios de contrabando de gado vindo do Paraguai e de outras 12 irregularidades. Segundo o relatório, apresentado na tarde de hoje pelo comandante do departamento, Geraldo Orti, e pelo delegado responsável pela apuração, Antônio Carlos Videira, ao secretário de Produção e Turismo, Dagoberto Nogueira Filho, o proprietário da fazenda comprou gado no Estado do Paraná e no Paraguai.

Os policiais, segundo o delegado Videira, investigaram a origem das notas fiscais expedidas em território paranaense. Conforme o secretário, foi registrada a compra de touros no valor de R$ 3 mil e pouco tempo depois registro de abate desses animais. “Não tem sentido você pagar R$ 3 mil em um touro e depois abate-lo ganhando R$ 900”, contesta Dagoberto.

O proprietário da fazenda, Alaércio Pereira Meira, possui outra propriedade do lado paraguaio, chamada de Santa Maria, com 1.792 hectares. A localizada no Brasil tem 74 hectares. A brasileira, que possui rebanho de 53 bovinos e dois suínos, conforme o secretário ainda está interditada. “Em princípio a interdição aconteceu pela suspeita de aftosa no local. Agora acontece pela falta de origem do gado. Não está claro de onde o produtor adquiriu o boi, pode ser do Brasil ou do Paraguai, mas tem de ter a comprovação”, explica o secretário.

A suspeita de febre aftosa surgiu em dezembro, quando a primeira análise do gado deu positiva. Porém, os outros exames apontaram que nenhum animal analisado tinha a doença. “Eles tinham acabado de ser vacinados. Por isso apareceram os anticorpos, daí surgiu a suspeita”, afirma Dagoberto.

A documentação já foi entregue a PF (Polícia Federal), ao secretário de Justiça e Segurança Pública, Antônio Braga, e deve ser enviada, ainda essa semana, para o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues. A partir de agora a investigação fica a cargo da PF. À Secretaria de Produção e Turismo cabe a interdição e multa da propriedade. Dagoberto não quis informar o valor da multa que deve ser aplicada na Estância Três Estrelas. O DOF informou que não pode divulgar as outras irregularidades já que, segundo os policiais, podem comprometer a investigação.

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