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Fazendas verticais revolucionam plantio

O modelo permite que a produção aconteça em locais fechados, em grandes centros urbanos


Foto: Diego Gomes

Uma pesquisa desenvolvida pela Embrapa Hortaliças (DF) com uma empresa varejsta de hortifrúti pretende investir em um sistema tecnologia de produção controlada para o cultivo de diversas espécies de hortaliças. Trata-se de uma fazenda indoor do tipo vertical. Uma unidade produtiva deve entrar em atividade até novembro na cidade de São Paulo.

O modelo permite que a produção aconteça em locais fechados, em grandes centros urbanos e sem impacto de fatores como clima, sazonalidade da cultura, pragas e doenças, sem necessidade de produtos químicos ou defensivos. O ambiente fechado pressupõe cultivos sem solo ou substratos, iluminação artificial com painéis de LED e controle de diversas variáveis meteorológicas como  temperatura e umidade relativa do ar, radiação líquida e global, concentração de CO2. De forma prática pressupõe cultivar em ambiente fechado, com iluminação em cada camada, podendo ser em edifícios com um só andar, como armazéns, ou em vários andares. As plantas são cultivadas em hidroponia (sem solo com nutrientes na água) ou em aquaponia (sem solo e nutrientes por spay ou névoa).

Os testes são realizados desde abril em um laboratório da unidade da Embrapa em questão. Foram observados morangos e folhosas com bons resultados. O desafio da equipe é formular um modelo para este tipo de produção que inclui espécies como: folhosas, como alface e rúcula; hortaliças de fruto, como tomate, morango e pimentão; hortaliças condimentares, como manjericão, coentro e salsa; e em uma segunda etapa, sistema para cultivo de brotos ou microgreens. 

Do ponto de vista do mercado, a escolha das espécies cultivadas é uma etapa importante da pesquisa científica, pois hortaliças com alto valor agregado e ciclo de produção mais curto, com várias safras ao ano, garantem a viabilidade econômica do empreendimento. Cultivadas em grandes cidades dispensam os custos com transporte. Outra vantagem é que essas plantas dispensam sanitização e ainda permitem reutilizar a água da produção, sendo ecologicamente correto e reduzindo custos. A comercialização pode ocorrer direto para o consumidor no local.

A pesquisa vai considerar a produtividade em um único nível ou camada, no que se entende como plant factory, modelo mais adequado para cultivo de hortaliças de fruto, e a produtividade do cultivo em andares, conhecido como fazenda vertical, formato mais recomendado para folhosas e condimentares. 

Para a avaliação do desempenho produtivo dos sistemas de produção, a equipe de pesquisa faz o monitoramento periódico das espécies cultivadas para acompanhar parâmetros como: altura das plantas, diâmetro de caule, produtividade total e produtividade comercial, produção por planta, peso médio dos frutos ou peso da massa fresca das folhas.

“A agricultura em ambiente controlado permite a reprodução das condições climáticas ideais para o cultivo de cada espécie de hortaliça. Um dos focos de nossa pesquisa é o aumento da produtividade e, quanto a isso, a verticalização da produção é importante para o aproveitamento máximo de cada metro quadrado”, explica o coordenador do projeto Ítalo Guedes.


 

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