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FEIJÃO: pressão de oferta deve ser menor em fevereiro


A colheita do feijão na região Sul vai se aproximando de 80% da área plantada nesta semana.

No Paraná, as últimas estimativas locais indicam uma produção de 417 mil ton no Estado, cerca de 7% inferior ao produzido na última safra. As primeiras informações da 2ª safra (safrinha) paranaense, já com 50% da semeadura concretizada, indicam um plantio de 118 mil ha neste ano, com um acréscimo de 2,5% em relação ao ano passado. Potencialmente, este número induz a uma safra entre 160 a 180 mil ton de feijão, o que seria 19% superior ao ano passado. Mas a 2ª safra de feijão paranaense será ofertada no mercado apenas entre abril/maio próximos.

Já no Rio Grande do Sul, as perdas foram muito diversas, chegando a mais de 30% em algumas regiões do Estado em razão da grande instabilidade climática nos últimos meses. O plantio da safrinha de feijão também já se iniciou em algumas localidades, mas ainda não há informações exatas do tamanho da área a ser semeada no Estado gaúcho.

Com cerca de 140 mil ton em Santa Catarina, a produção do feijão de 1ª safra na região Sul deve se concretizar abaixo de 660 mil ton neste ano e com um nível de qualidade extremamente baixo, talvez o pior dos últimos anos. No ano passado a produção na região chegou a 700 mil ton. Em torno de pelo menos 30% da produção deste ano ainda será comercializada entre os meses de fevereiro e março. Mas o restante da colheita na região Sul pode novamente acontecer sob chuvas.

Em São Paulo, a oferta da 1ª safra pode variar de 80 a até 100 mil ton de feijão. Mas ainda não existem estatísticas confiáveis neste Estado no momento.

A safra de Goiás, Minas Gerais e entorno do Distrito Federal potencialmente pode alcançar 310 mil ton, com oferta concentrada a partir do final do último mês de janeiro até março. O mercado espera que esta safra traga um produto com liquidez de venda e padrão de qualidade muito superior ao da região Sul.

Ainda neste mesmo período, algumas colheitas do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul podem chegar ao mercado em um volume entre 7 a 10 mil ton.

A partir de março/abril entra no mercado a safra de Irecê/BA, a qual pode ofertar cerca de 200 mil ton, se as condições climáticas forem favoráveis até na colheita. Até o momento, o nível de chuvas na Bahia é satisfatório.

Mesmo com o atraso na colheita da região Sul, as ofertas de feijão a partir de agora podem ser um pouco mais espaçadas, gerando uma menor pressão negativa sobre os preços no atacado. O mercado do feijão neste ano tem grandes chances de continuar registrando altos preços durante todo o decorrer dos próximos meses.

Não está descartada alguma queda adicional nos preços ainda neste mês de fevereiro em virtude da entrada do feijão do Centro-Oeste e Sudeste. Mas se isto ocorrer, o nível de recuo será pequeno e limitado. As previsões meteorológicas de curto prazo indicam que as primeiras colheitas nestas regiões poderão ser amplamente favorecidas por um menor índice de chuvas durante os próximos dias. Mas por outro lado, estas mesmas previsões indicam que as chuvas devem retornar nos próximos dias na região Sul do Brasil, podendo mais uma vez, prejudicar o avanço final das colheitas no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A safra de Goiás e Minas Gerais chega ao mercado em um momento em que se espera um aumento na demanda no varejo, em razão do fim das férias escolares. Se o nível de qualidade e umidade permitirem, certamente os produtores destas regiões tenderão a segurar um pouco mais seu produto, caso haja ameaça de grande recuo nos preços. Nossas estimativas indicam ainda, que a oferta de feijão neste mês de fevereiro pode ser até 20% inferior ao último período de dezembro/janeiro.

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