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Feijão resistente ao mosaico-dourado é lançado

Embrapa é a primeira instituição a obter um evento transgênico de feijão comum com resistência a doenças


No segundo semestre deste ano, os agricultores poderão contar com uma nova opção de sistema de produção baseado em feijão transgênico resistente ao vírus do mosaico-dourado (Feijão RMD), a principal praga da lavoura brasileira. 

O lançamento da Embrapa, primeira instituição no mundo a obter um evento transgênico de feijão comum com resistência a doenças, será na próxima quarta-feira (24.04), na sede da empresa em Brasília-DF. A tecnologia e inovação RMD estará disponível para cultivares de feijão carioca plantado e consumido no Brasil. O produtor de feijão pode perder entre 40% e 100% de sua produção por causa do mosaico-dourado. Trata-se de uma doença cujo vetor é a mosca-branca que “suga” a folha em busca de alimento. As folhas ficam amareladas e não se desenvolvem.

Estimativas indicam que, anualmente, devido aos danos causados pelo vírus, haja uma redução de 90 a 280 mil toneladas na produção de feijão. Além dos danos econômicos, a virose inviabiliza a produção de feijão em sistemas de agricultura familiar em várias regiões.

De acordo com a Embrapa, a adoção da tecnologia RMD e do Manejo Integrado de Pragas na cultura do feijão, em áreas de média e alta incidência do vírus do mosaico-dourado, estima-se, proporcionarão, em comparação com o uso de cultivares convencionais, um aumento de 38% a 78% de lucratividade.

Ao contrário de outras doenças do feijoeiro, nunca foi encontrada uma fonte natural de resistência ao vírus do mosaico-dourado. Para enfrenta-lo, é comum o produtor fazer até 20 aplicações de inseticidas químicos. Existem no Brasil mais de 20 princípios ativos registrados para o controle da mosca branca no feijoeiro. Apesar disso, poucos têm se mostrado eficientes. A aplicação continuada de químicos leva a um aumento dos custos de produção e induz a seleção de genótipos resistentes à mosca branca.

As cultivares de feijão RMD da Embrapa são do grupo comercial Carioca, que possui cerca de 70% do mercado brasileiro e é pouco exportado. Foram oito gerações sucessivas de testes, sempre com estabilidade do evento transgênico. “Durante o processo de desenvolvimento do feijão RMD, participaram mais de 80 pesquisadores de centros de pesquisa da Embrapa e universidades brasileiras”, conta o pesquisador Josias Faria, da Embrapa Arroz e Feijão.
 

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