Feijão superprecoce é mais resistente
Pesquisa conseguiu desenvolver variedades que produzem em 65 dias

A superprecocidade no feijão é considerada uma evolução na cultura. Produtores já alcançam bons resultados na lavoura, comprovados por pesquisadores, como elevado potencial produtivo, baixo custo de cultivo, resistência a doenças, boa qualidade de grãos e bom desempenho nutricional.
O desempenho foi atingido com a cultivar BRS FC104, lançada há dois anos pela Embrapa Arroz e Feijão (GO). A variedade atinge ponto de colheita com 65 dias, quando normalmente o ciclo do feijão é de 90 dias. Esse tempo reduzido permite economia em defensivos, além de menor incidência de pragas e menos riscos climáticos. A produtividade também surpreende com média de 3,8 mil quilos por hectare, com grãos de alta qualidade. Os custos de água e eletricidade no cultivo são cerca de 30% menores.
Outra oportunidade oferecida pela superprecocidade é realizar o plantio em um momento no qual uma cultivar de ciclo normal traria risco de encontrar seca no fim da safra. O mesmo ocorre na safra de inverno, na qual não seria possível prorrogar muito o plantio com uma cultivar de ciclo comum, devido à grande probabilidade de colheita na época da chuva e de desrespeitar o vazio sanitário. A cultivar superprecoce permite plantar até na segunda quinzena de julho, colhendo ainda na época adequada.
Os estudos de desenvolvimento foram aprimorados durante quase quatro décadas, com ajustes em cultivares que chegaram a ser semiprecoces (com 85 dias) e precoce (com 75 dias).
Agora a pesquisa caminha para lançar uma variedade feijão preto superprecoce, selecionado dentro do BRS FC104. A cultivar deve chegar ao mercado em três anos. Em 2021, a Embrapa espera lançar uma nova cultivar precoce, a BRS FC310, na qual foi corrigido o problema do grão escuro.