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Fim do embargo continua elevando preço do suíno em SC


A reabertura do mercado russo provocou reações imediatas na suinocultura de Santa Catarina. O preço do quilo vivo do suíno pago ao produtor aumentou na quinta-feira (18-11) R$ 0,10 e entre os produtores há a expectativa de que a boa fase atual vai se prolongar por um longo tempo. "Mais do que novos contratos de exportação a curto prazo, a volta das vendas para a Rússia significa que em 2005 a atividade tem tudo para viver mais um bom ano", explicou Dirceu Talamini, economista da Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia.

Apesar dos dois meses de embargo em virtude de um foco de febre aftosa registrado no Amazonas e das cotas de importação criadas em 2004, os russos continuam sendo os maiores compradores individuais da carne suína brasileira. De acordo com dados da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Carne Suína (Abipecs), de janeiro a setembro deste ano foram exportadas 227 mil toneladas (meia-carcaça e cortes) para a Rússia, 60,8% do total vendido ao exterior no período.

Mesmo que a exportação para a Rússia em 2005 seja restringida a 171 mil toneladas num primeiro momento, conforme informação extra-oficial expedida pelo governo russo, a perspectiva ainda é otimista. "Primeiro porque é provável que a cota seja ampliada mediante negociação. E segundo porque a diferença poderá ser absorvida por outros países", afirmou Talamini. Em 2004, o Brasil venceu carne suína para 79 países, 20 dos quais não eram compradores até o ano passado.

Para o produtor, o fim do embargo russo traz duas conseqüências instantâneas. A mais visível é o aumento de R$ 2,25 para R$ 2,35 do preço pago dentro do sistema integrado, responsável por 90% da produção no Estado. É segundo é o fim de um momento de incertezas. "Nos últimos dois meses ficamos um pouco com medo do que poderia acontecer. Agora, acho que temos mais, no mínimo seis de tempo bom na suinocultura", disse o produtor Evandro Mocellin, de Concórdia, que possui 200 fêmeas instaladas na propriedade.

Segundo Mocellin, apesar da boa perspectiva, a maior parte dos produtores não pensa em aumentar a produção. "Aprendemos a lição de outros períodos, em que o bom preço fazia com que se aumentasse a produção até tudo piorar. Não vejo ninguém colocando novas matrizes".

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