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Fim do foco único na produtividade é abordado em Seminário Internacional

Especialistas de quatro países debateram em Pelotas/RS


Especialistas de quatro países debateram em Pelotas/RS modelos e fundamentos para a construção de uma comunicação para o desenvolvimento. Modelos institucionais de cada um dos países do Cone Sul foram analisados

Especialistas de quatro países encerraram nesta terça-feira (19-04), em Pelotas/RS, as discussões sobre os desafios da comunicação no meio agrícola, apontando a necessidade de, por exemplo, tirar o foco apenas da questão da produtividade e também olhar para o desenvolvimento dos produtores rurais e das sociedades em que vivem. Os debates foram feitos durante o “Seminário Internacional Comunicação para o Desenvolvimento”, organizado e sediado pela Embrapa Clima Temperado.

Os modelos institucionais de cada um dos países do Cone Sul foram analisados durante dois dias de evento. Não apenas informar, mas também saber as necessidades de cada público para o qual se está falando foi uma das necessidades destacadas para a construção de uma comunicação para o desenvolvimento. A idéia é atuar como um comunicador estratégico, saindo do papel de mero produtor de informações dispersas.

“A comunicação para o desenvolvimento visa a decodificar o meio para que o cidadão adquira uma postura mais crítica em relação ao conteúdo que lhe é transmitido. Com a inclusão de temas sociais nos principais veículos de imprensa, como planejamento familiar e responsabilidade social, será possível obter um crescimento intelectual do público-alvo”, expôs o paraguaio Juan Diaz Bordenave, um dos maiores especialistas sobre a comunicação para o desenvolvimento no mundo.

O Seminário Internacional reuniu grandes nomes da comunicação no continente em Pelotas. Profissionais do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai debateram o cenário e formas de avançar na questão. Restrito, o evento contou com cerca de cem participantes.

PRINCIPAIS QUESTÕES DEBATIDAS

Integração

Segundo a gerente de comunicação do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuaria da Argentina (INTA), Sandra Massoni, a comunicação estratégica deve ser utilizada como ferramenta para uma mudança social.

“Comunicadores não são apenas jornalistas ou publicitários. São também profissionais responsáveis por montar estratégias para um aprimoramento do trabalho em equipe, pois através de uma visão crítica dos fatos pode e deve contribuir para o fortalecimento institucional”, frisou Sandra.

Posicionamento similar foi abordado pela pesquisadora do Instituto Nacional de Investigação Agropecuária do Uruguai (INIA), Magdalena Rocanova. “O objetivo da comunicação integrada é criar novos fluxos de informações e manter os já existentes entra a instituição e seu público-alvo. Com a priorização dos objetivos coletivos podemos acelerar o fortalecimento da imagem institucional frente à sociedade”, salientou Magdalena.

Informação x Comunicação

De acordo com o organizador do Seminário, pesquisador Antônio Heberlê, o setor da comunicação atravessa uma fase delicada em relação a conceitos da área, pois a informação é muitas vezes confundida com o ato de comunicar. “O discurso utilizado atualmente possui traços muito performáticos. Os trabalhos desenvolvidos recentemente na área basicamente estão centrados na questão da produção da informação, mas deixam a desejar no que tange a sua recepção por parte do público-alvo”, ressaltou Heberlê.

Modelos institucionais

Durante o encontro foram analisados os modelos de comunicação institucional dos quatro países. No Brasil, por exemplo, um órgão federal – Embrapa – cuida da pesquisa e entidades estaduais – como a EMATER – são responsáveis pela extensão rural. Já na Argentina, uma única instituição – INTA – abrange ambas as questões.

As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Clima Temperado.

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