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Fingerhut produz cachaça de boa qualidade

Todo o processo da destilaria Fingerhut é desenvolvido na propriedade


Em um cantinho abençoado por Deus em Linha 7 de Setembro, o casal Ulrich Adolf Budiner-Höllermann e Lizete Engel investe na produção de uma bebida tipicamente brasileira: a cachaça. Na terra do chope, o destilado ganha espaço desde 1999, quando eles resolveram transformar a propriedade de 12,7 hectares em um negócio familiar. Com a experiência de Lizete como química e os conhecimentos do austríaco Uli (como é mais conhecido) como projetista, foi estruturada a Cachaçaria Fingerhut.

Segundo Lizete, o negócio surgiu na mesma época em que a cachaça começou a ganhar respaldo no Brasil como uma bebida de alta qualidade. E esse é o padrão adotado durante a fabricação da Fingerhut. Após o processo de destilação, a bebida é envelhecida por no mínimo três anos em barris de carvalho escocês. Os recipientes foram adquiridos de um tanoeiro em São Paulo e armazenam cerca de 9 mil litros da bebida.

Todo o processo da destilaria Fingerhut é desenvolvido na propriedade. Até mesmo a matéria-prima é cultivada no local. São aproximadamente três hectares destinados à produção de cana-de-açúcar. A safra geralmente é realizada entre maio e agosto, assim como a fabricação da cachaça. Uma tonelada de cana rende aproximadamente 40 litros de cachaça nobre. Os subprodutos são bidestilados e utilizados na esterilização dos garrafões.

Depois de pronta e envelhecida, a cachaça Fingerhut é vendida em supermercados da região e, inclusive, no Mercado Público, em Porto Alegre. “Temos pontos fiéis de venda”, diz Lizete. Muitas garrafas da bebida também viajam o País e o mundo por meio do turismo. Visitantes de diferentes nacionalidades já conheceram o local e degustaram a bebida tipicamente brasileira.

DESAFIOS

Quando Uli e a esposa trocaram a cidade pelo interior para apostar em uma nova vida enfrentaram desafios que precisaram ser vencidos, tais como a precariedade da telefonia no interior. Outra batalha foi romper o preconceito em relação à cachaça. “Muitas vezes, a bebida está ligado ao tom pejorativo do ‘cachaceiro’. Precisamos quebrar tabus para promover nosso produto.”

A alta carga tributária também é lembrada pelos empresários. Além dos impostos federais, desde 2007 a destilaria precisa arcar com o ICMS. “Nosso lucro acaba indo para o Estado”, lamenta. Para contornar o problema, o casal aposta no fomento do turismo como alternativa para viabilizar um preço mais competitivo à cachaça. Para Lizete, o governo deveria disponibilizar mais incentivos para a manutenção do setor.

Certificada

A destilaria Fingerhut elabora a cachaça extra-premium, produzida em sua totalidade por período superior a três anos. A bebida é certificada pelo Ministério da Agricultura e segue rígidos padrões de destilação. O sabor tem agradado paladares de visitantes de diferentes nacionalidades, como africanos, americanos, japoneses, italianos, alemães, canadenses e austríacos, dentre outros. Na propriedade, Uli e Lizete disponibilizam um caderno de mensagens, onde os turistas registram suas impressões e eternizam o passeio. Para as pessoas que desejam conhecer a propriedade, integrante da Rota Germânica, a distância é de apenas nove quilômetros a partir de Santa Cruz do Sul. É uma visita para tranquilizar a alma em meio à natureza estonteante do local e, de quebra, ainda degustar a saborosa caipirinha feita no capricho pelos proprietários.

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