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Fora das decisões

Agro brasileiro está na periferia do poder, diferentemente dos EUA e Europa onde é considerado estratégico


Agro brasileiro está na periferia do poder, diferentemente dos EUA e Europa onde é considerado estratégico

O agro está fora das decisões estratégicas do País, criticou o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e atual deputado federal, Reinhold Stephanes, nesta terça-feira (25), em evento na capital paulista. “O governo administra com uma visão urbana”, disse em palestra no Global Agribusiness Forum, que acontece até esta quarta-feira (26), acrescentando que falta agenda, planejamento e interlocução do agro com o governo, o que leva a uma desvalorização política do setor, apesar da sua relevante contribuição socioeconômica para a nação.


De acordo com o ex-ministro da Agricultura e da Fazenda, Antônio Delfim Netto, o desempenho do agro é o que vem sustentando o País nas últimas décadas ao acumular capital, que se transforma em recursos para custeio e investimentos e também garante a balança de pagamentos no campo positivo. Para se ter ideia, disse, de 1989 até o ano passado, o superávit do setor foi de US$ 358 bilhões, e o do País foi de US$ 635 bi. “Sem o agro, teria sido negativo.”

Para exemplificar sua tese, Stephanes citou os fertilizantes e o etanol. No caso dos fertilizantes, ressaltou que nem mesmo a crônica dependência do Brasil em relação à importação de insumos para a fabricação de adubos é suficientemente capaz de desengavetar planos para explorar jazidas que o País tem. No que diz respeito ao etanol, salientou que o biocombustível está espalhado por diversos ministérios, e que não há um interlocutor-chave do governo para falar com a iniciativa privada sobre o assunto.


Por outro lado, o ex-secretário do Tesouro dos EUA e ex-reitor da universidade de Harvard, Lawrence Summers, disse que o agro foi importante para o desenvolvimento da economia norte-americana. “É uma história de sucesso”, enfatizou, lembrando também do peso da educação, pesquisa e de uma infraestrutura logística eficiente para o avanço do país. João Pacheco, diretor de agricultura da Comissão Europeia, afirmou que o agro tem um valor estratégico para a Europa, justamente pelo fato de que segurança alimentar é uma questão fundamental.

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