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Frango/CEPEA: Exportação se recupera, mas preços internos têm fortes quedas

O preço médio do frango inteiro congelado em maio foi R$ 2,76/kg


Os embarques de carne de frango voltaram a subir no mês de maio, bem como os preços da carne em dólares e em reais. Esse escoamento para o exterior, no entanto, não reduziu a disponibilidade interna o suficiente para, pelo menos, sustentar as cotações do frango negociado no País. O que se viu ao longo de maio foram quedas acentuadas tanto do frango vivo quanto dessa carne no atacado. Em relação à demanda pela carne, estima-se que parte do aumento que poderia ser motivado pelos preços mais baixos do frango estaria sendo desviado para o boi, que também tem ficado mais barato.

A notícia desta quinta-feira de que a Rússia proibiu a entrada de carnes brasileiras de frango, suíno e de boi dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul sob a alegação de não-cumprimento de exigências sanitárias deve pressionar ainda mais as cotações internas.

O volume de carne de frango brasileira exportada em maio, segundo dados da Secex, aumentou 4,7% em relação a abril, totalizando 303,1 mil toneladas embarcadas. Na comparação mês a mês, desde janeiro o volume exportado vem crescendo quando comparado ao mesmo período de 2010. O total de maio deste ano superou em 4,4% o de mai/10. A receita em moeda nacional, por volta de R$ 1 bilhão, foi 10,7% superior à de abril e 17,8% maior que a de mai/10.

O preço da carne exportada (em Real) aumentou 5,7% em relação à média de abril, com a média indo para R$ 3,32/kg em maio – média do dólar a R$ 1,61. O aumento dos preços no mercado externo e as desvalorizações acentuadas no interno tornaram as exportações ainda mais atrativas. No atacado da Grande SP, o preço médio do frango inteiro congelado em maio foi de R$ 2,76/kg. Essa diferença é semelhante à de maio do ano passado, quando a diferença era de 1,20 real por quilo – a carne era exportada a R$ 3,12/kg e o atacado da capital estava a R$ 2,63/kg (deflacionado pelo IPCA de abr/11).

Vale observar que a média do dólar nos últimos dois meses é uma das mais fracas, em termos nominais, desde o final da década de 1990. Analisando-se a série do câmbio (medidas mensais), encontra-se apenas um curto período de três meses em 2008 (de junho a agosto), antes de a crise financeira internacional ser deflagrada, em que o câmbio esteve semelhante aos patamares recentes/atuais. Fora esse período, as cotações atuais do dólar voltam a ser maiores somente que as registradas até janeiro de 1999 – mês em que o Banco Central adotou o câmbio flutuante em substituição ao regime de bandas cambiais.

Nesse contexto, a obtenção de aumentos do volume – embarques acima de 300 mil toneladas/mês – e também dos preços no mercado internacional indica a boa aceitação da carne brasileira e competitividade da avicultura brasileira.

No mercado doméstico, no acumulado de maio, todas as regiões pesquisadas pelo Cepea apresentaram queda nas cotações da carne. Para o frango inteiro congelado, entre 29 de abril e 31 de maio, a maior queda foi de 17,9%, na região de Chapecó (SC), com negócios na média de R$ 2,80/kg no dia 31. No Sudeste, o quilo do congelado em Pará de Minas (MG) recuou 11,7%, para R$ 2,67. Os preços na Grande São Paulo, que tiveram média de R$ 2,64/kg na terça, foram os que menos recuaram no correr de maio, 6,9%.

Quanto à carne resfriada, a desvalorização mais intensa no mês também foi na região de Chapecó (SC), com queda de 14,9%; a média na região foi para R$ 2,72/kg.. Na região de Pará de Minas (MG), o preço caiu 12,3% e, na Grande São Paulo, 12,1%, com o resfriado indo para R$ 2,64/kg e R$ 2,40/kg, respectivamente, na terça.

Com a queda nos preços do frango congelado e resfriado, grande parte das indústrias deu preferência ao abate dos animais de produtores integrados, o que pressionou as cotações do frango vivo no mercado independente. Entre 29/abr e 31/mai, houve recuo de 11,4% na Grande São Paulo e de 11,7% em Descalvado (SP), com o animal negociado em ambas as regiões na média de R$ 1,52/kg no final de maio. Em Toledo (PR) o preço fechou na terça a R$ 1,53/kg, queda de 10,5% no mês.

Também os preços dos pintainhos de corte foram influenciados pelo mercado de carnes, já que a dificuldade de negociação do animal para abate inibiu os compradores no alojamento de mais animais. Na terça, a unidade foi negociada na média de R$ 0,68 na Grande São Paulo, valor 22,2% inferior ao praticado no fechamento do mês anterior. Na região de Chapecó (SC), o pintainho foi comercializado na terça a R$ 0,71, recuo de 10% em relação ao final de abril.

As informações são da assessoria de imprensa do CEPEA.

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