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Frango vivo: sete semanas sem alteração de preço

O frango vivo negociado no interior paulista completou 49 dias sem qualquer alteração de preço


Ontem, 18, o frango vivo negociado no interior paulista completou 49 dias (sete semanas!) sem qualquer alteração de preço. Em Minas Gerais, essa estabilidade já dura 51 dias. Normalmente, tal estabilidade ao nível do produtor pressupõe, igualmente, estabilidade entre oferta e procura ao nível do consumidor. E, por decorrência, também no nível intermediário, o atacado. 

Mas, no momento, não é isso que vem ocorrendo. Porque, em relação ao preço inicial do ano (índice “100” em 1º de janeiro) o preço obtido pelo frango vivo nos últimos 49 dias alcança ajuste de apenas 3,3%, enquanto o frango abatido (base: produto resfriado, no Grande Atacado da cidade de São Paulo), mesmo registrando queda nos últimos dias, apresentava ontem valor 16,87% superior ao do começo de 2016. Ou seja: está 13,53 pontos percentuais à frente da ave viva.

Nos dois primeiros meses do corrente semestre não foi assim. Em julho, a diferença entre vivo e abatido não chegou a 4 pontos percentuais (98,33 e 102,12 pontos, respectivamente); em agosto subiu ligeiramente, para pouco mais de 6 pontos percentuais (105,43 e 111,74 pontos). Mas, ainda assim, houve momento (últimos dias de agosto) em que a diferença foi de apenas meio ponto percentual.

Como, em setembro, a cotação do frango vivo permaneceu com o mesmo valor alcançado no final de agosto, enquanto o frango abatido alcançava os melhores preços do ano, a diferença subiu significativamente (quase 16 pontos percentuais), pois a ave viva permaneceu com 3,3% de valorização (sobre o preço inicial do ano), enquanto a valorização média do frango abatido ultrapassou os 19%.

Em outubro esse diferencial vem se mantendo elevado. Pois, mesmo com os preços em queda no momento, o frango abatido permanece com valor superior ao do início do mês e do ano (116,87 pontos), enquanto a estabilidade anterior do frango vivo prossegue mês adentro (ontem, ainda, 103,3 pontos).

O efeito disso é que, mês a mês, vem caindo a participação do frango vivo no preço médio do frango abatido. No início do semestre ela esteve não muito distante dos 85%. No momento se encontra em 70%. 

Tal comportamento, não há dúvida, indica que, independente de sua capacidade de processamento, os abatedouros passaram a operar segundo as (já restritas) condições do mercado consumidor: abatendo o suficiente para garantir a estabilidade do mercado e, como tal, prescindindo do frango vivo disponibilizado no mercado “spot” e até mesmo colocando nesse mercado aves vivas que excedam suas necessidades de abate (ainda que, neste caso, a preços inferiores ao valor referencial).

Já foi dito, mas não custa repetir: sob as atuais condições de produção, dificilmente o frango vivo sairá do marasmo em que se encontra há quase dois meses, pois isso está atrelado a uma forte retomada do consumo. 

Tal retomada não deve ocorrer tão cedo. Mas quem sabe o período de Festas reserve gratas surpresas.

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