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Frete: “Tabelamento de preços é retrocesso”

"Os caminhoneiros não precisam disto. A atitude do governo teria que ser outra"


“Tabelamento de preços é retrocesso, em qualquer setor. Os caminhoneiros não precisam disto. A atitude do governo teria que ser outra. Foi ele que elevou demais o custo do combustível quando duplicou o percentual de impostos em julho de 2017”. A afirmação é do analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica. 

De acordo com ele, o resultado da decisão equivocada do governo é que o frete de dentro de Ponta Grossa, por exemplo, de R$ 12,00/t subiu para R$ 36,00/t, embora não para todos: “Uma grande diferença, que nem comprador nem vendedor querem assumir. Como consequência, os negócios estão paralisados já pela terceira semana consecutiva”. 

“Primeiro foram 10 dias de greve dos caminhoneiros, depois mais cinco dias de quebra-quebra em que o PT tentou se aproveitar da situação para ganhar espaço (mas, felizmente, foi repelido). E agora, nesta semana, a confusão da tabela de fretes, feita por burocratas que não sabem quantos eixos tem um caminhão graneleiro, nem que tipo de carga levam, etc. Houve marchas e contramarchas, mas, em todas elas, o governo mostrou a sua grande fragilidade, o que acabou repercutindo sobre o dólar, que quase chegou a quatro reais, não fosse a clareza de discernimento e atitude correta do presidente do Banco Central, que salvou o governo”, comenta. 

“O que se percebe é que esta confusão toda interessa aos grupos radicais, tanto de esquerda quanto de direita, que agora posarão de salvadores da pátria. Com certeza tem gente tentando agitar a água para poder pescar em águas turvas. Mas, os empresários centrados (encontramos muitos), estão sabendo driblar a crise. A maioria dos moinhos está fazendo entregas num raio mais próximo, onde a fiscalização é escassa. Para grandes distâncias, usam caminhões próprios ou de terceiros donos-de-caminhão (não agências terceirizadoras). Com certeza esta crise passará, mas deixou grandes e profundas cicatrizes e grandes lições. A maior delas, a de que discursos radicais não resolvem a situação, mas a aprofundam”, conclui. 

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