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Frigorífico retoma atividades no MT

Planta terá capacidade para abater 400 animais/dia, antes do fechamento chegava a 750 diariamente


Grupo Frialto reabre em janeiro a unidade em Nova Canaã do Norte (a 699 km de Cuiabá). Esta é a última das 4 unidades do frigorífico em Mato Grosso a ser reativada. As atividades estavam paralisadas desde maio de 2010, quando a empresa entrou em recuperação judicial.


Em nota, o diretor da empresa, Paulo Bellincanta, afirma que a retomada das atividades será gradativa.  Inicialmente, devem ser gerados 220 empregos diretos e 440 indiretos e a unidade vai operar com capacidade para abater 400 animais por dia. Antes do fechamento, podiam ser abatidos até 750 cabeças/dia.

O grupo é o único a contar com frigorífico no município, que tem um rebanho estimado de cerca de 400 mil cabeças. No entanto, segundo o presidente do Sindicato Rural de Nova Canaã do Norte, Mário Wolf, não há muito impacto para os produtores, pois muitos deles já comercializavam o gado para outras unidades do Frialto e o frigorífico não paga mais pelo fato de os bois estarem mais perto.

A notícia da reabertura foi recebida com otimismo pelos pecuaristas. O superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, destaca que quanto mais empresas estiverem atuando no Estado, melhor para toda a cadeia produtiva. Mas tanto ele, quanto Wolf, fazem o mesmo alerta aos produtores, que a venda de gado seja feita somente à vista.

Vacari destaca que não é porque o grupo pediu recuperação judicial que merece um descrédito dos produtores, mas é preciso se precaver. Ele, inclusive, comenta que é melhor quando as empresas retomam as atividades e indicam vontade de recuperar o crédito do que quando simplesmente dão o calote.


O Frialto, por sua vez, garante que grande parte dos credores trabalhistas e pecuaristas já teve seus pagamentos liquidados e que está cumprindo criteriosamente o Plano de Recuperação aprovado em dezembro do ano passado. O grupo, que tem um total de 8 unidades em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia e São Paulo, tinha uma dívida de cerca de R$ 496 milhões, dos quais R$ 90 milhões eram devidos aos pecuaristas.
Não foram divulgados dados em separado, mas estima-se que, somente no Estado, o débito chegava a R$ 35 milhões.

No entanto, o presidente do sindicato pondera que os produtores não conseguem recuperar o prejuízo  integralmente. Na avaliação dele, o lado negativo da reabertura da unidade, é que não é justo que o produtor  tenha que comercializar o gado para uma empresa que já ficou lhe devendo, com medo de que ela quebre e aí,  então, leve um calote.

Conforme o superintendente da Acrimat, o momento é positivo para a pecuária. Mato Grosso conta com o maior rebanho comercial do Brasil com 28 milhões de cabeças e, para quem pretende instalar frigorífico, o melhor local é aqui. Bellincanta reconhece a atratividade do mercado para o setor, mas descarta novos investimentos no Estado e informa que, agora, o grupo frigorífico focará seus investimentos nos estados de Rondônia e Mato  Grosso do Sul.

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