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Frigoríficos de Minas retomam vendas à UE

Pelo menos três frigoríficos do Estado recomeçam o abate dos animais provenientes das fazendas liberadas para exportação ao bloco



Um mês após o anúncio do fim do embargo da União Européia à carne bovina brasileira, pelo menos três frigoríficos do Estado recomeçam o abate dos animais provenientes das fazendas liberadas para exportação ao bloco. Sediado em Janaúba, no Norte de Minas, o Independência realizou, ontem, o abate de 429 bovinos, cuja carne será enviada à Europa. Os animais são de cinco propriedades mineiras, sendo quatro do Norte de Minas e uma da Região Central. No dia 29 deste mês, na unidade do Frigorífico Bertim em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, serão abatidos 1.200 animais. Já no dia 1º de abril, funcionários do Frigorífico Frisa, em Nanuque, no Vale do Mucuri irão abater 500 bovinos provenientes de uma fazenda localizada na vizinha Ataléia. Quatro dias depois, haverá novo abate no Bertin, desta vez de 600 bovinos.


A produção na empresa do Triângulo, de cerca de 200 toneladas de carne in natura, será destinada para a Itália nas próximas semanas. Já o Frisa espera, com a retomada da comercialização, alcançar o patamar de 2007, quando 30% da produção foram vendidos aos europeus, totalizando US$ 20 milhões. No Independência, as operações para a Europa foram iniciadas com um volume de abate de 550 cabeças/dia. O primeiro abate foi de 359 machos e 70 fêmeas. Os animais foram fornecidos pela Fazenda Santo Antônio, da cidade de Joaquim Felício, na Região Central, fazendas Nossa Senhora Aparecida e Santa Maria, ambas de Francisco Sá, e Primavera e Nova Cachoeirinha, de Jaíba, todas do Norte de Minas. A venda foi negociada com a companhia Meat Import Zandbergen, da Holanda, uma das maiores importadoras européias.

«A compra deste lote é resultado do intenso trabalho que temos desenvolvido para formalizar e profissionalizar o relacionamento com os pecuaristas fornecedores. Temos um departamento estruturado de suprimento de matéria-prima com uma iniciativa pioneira que é o Serviço de Atendimento ao Pecuarista, além de ferramentas de acompanhamento do desempenho técnico do abate, que são os programas de classificação e bonificação de carcaça e couro», afirma o diretor comercial do Independência, André Skirmunt.


O frigorífico localizado em Janaúba está sob gestão do Independência há dois anos. Após um ano e meio de atividades, a capacidade de abate foi ampliada para 1.200 cabeças/dia. «Quando chegamos, a cidade estava desacreditada por conta de alguns projetos anteriores que não avançaram. Obtivemos um grande apoio e participação dos produtores do Norte de Minas, e a nossa ida para a região propiciou uma maior formalização do setor, possibilitando que os produtores se adaptassem para fornecer matéria-prima de qualidade para os exigentes mercados estrangeiros», afirma o diretor.

A União Européia restringiu o ingresso da carne in natura do Brasil no dia 1º de fevereiro deste ano, por considerar que as propriedades brasileiras não estavam cumprindo os requisitos de rastreabilidade, assumidos em acordo de 2002. No dia 27 do mesmo mês, o embaixador de Bruxelas no país, João Pacheco, anunciou a liberação de 106 propriedades, sendo 87 delas mineiras, o equivalente a 82% do total do país. Uma semana depois, veterinários europeus começaram a inspecionar fazendas no país e no Estado. Algumas levaram bomba, e o número caiu para 97 no Brasil. Das 87 mineiras, segundo informações da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, três desistiram e quatro foram reprovadas pelos técnicos.


O Norte de Minas é detentor do maior rebanho bovino de Minas Gerais, com 2,4 milhões de cabeças de gado. O presidente da Associação dos Criadores de Gado de Corte do Norte de Minas, João Gustavo de Paula, salienta que a região tem melhorado a qualidade do seu rebanho, investindo em genética, procurando avanços tecnológicos e, com isto, atraindo frigoríficos interessados em adquirir o gado regional.
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