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Frota renovada a juro baixo

Vendas superam índices dos últimos 34 anos com incentivo oficial. Três em cada 20 tratores são novos


Vendas superam índices dos últimos 34 anos com incentivo oficial. Três em cada 20 tratores são novos

Motivados por condições especiais de pagamento, os agricultores brasileiros avançam novamente na renovação da frota agrícola neste ano. Até o final de dezembro, as vendas devem atingir 69 mil unidades, o maior número desde 1976. O aumento é de 25% sobre as 55,3 mil máquinas vendidas em 2009, conforme a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

A indústria comercializou 166 mil tratores – item mais vendido no setor – desde 2007, quando começou a nova onda de incentivo à troca de maquinário. Isso significa que 17% do total de 955 mil tratores do país, considerando os dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), têm quatro anos ou menos. Por outro lado, nesse ritmo, são necessários 24 anos para a comercialização de uma frota de 955 mil tratores.

O maior impulso se deu na agricultura familiar, que recebe descontos de 10% a 15% sobre os preços de mercado por meio dos programas oficiais. A economia chega a R$ 7 mil na compra de um trator de 75 cv, o mais procurado, relata José Divalsir Gondaski, revendedor de máquinas em Ponta Grossa (Campos Gerais). “O valor cai de R$ 76 mil para R$ 69 mil.” O pagamento pode ser feito em até dez anos a juros a partir de 1% ao ano.

O Paraná e o Rio Grande do Sul são os estados mais beneficiados com crédito para compra de máquinas agrícolas, afirma o coordenador do Mais Alimentos, Ercílio Matos. Ele considera que a demanda está bem atendida no Sul e, a partir de agora, o foco será o Centro-Norte do país, com maior atenção para Bahia, Minas Gerais, Goiás e Espírito Santo.

Por outro lado, diz que o Sul continuará sendo contemplado. “Os produtores que já compraram máquinas devem buscar ajuda dos programas oficiais para a instalação de aviários e aumento da capacidade de armazenagem”, cita.

Além dos programas nacionais de incentivo à agricultura familiar, os produtores do Paraná contam com o Trator Solidário, do governo estadual. O coordenador do programa, Francisco Carlos Simioni, diz que deve ser entregue, neste ano, o trator de número 6.500.

Custo em alta

Previsão é de retração em 2011

A indústria automobilística brasileira prevê uma possível estagnação ou até queda nas vendas de máquinas agrícolas em 2011. A expectativa deve-se à possibilidade de aumento no juro de 5,5% nas compras pelo Programa de Sustentação de Investimento (PSI). Esse programa tem prazo determinado e foi prorrogado até março de 2011. Sem o PSI, o juro anual para máquinas acima de R$ 300 mil deve subir para 9,5%.

Milton Rego, diretor da Associação Nacional dos Fabricantes te Veículos Automotores (Anfavea), afirma que a indústria se prepara para uma retração de até 10% nas vendas caso haja aperto no crédito ao produtor. José Divalsir Gondaski, diretor de revenda de máquinas em Ponta Grossa (Campos Gerais), projeta taxa de juros de 6,5% ao ano em 2011. E revela que a queda de 10% já vem sendo considerada nas metas para janeiro.

João Luiz Guadagnin, diretor de Financiamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário, afirma que a maior parte do déficit de máquinas já foi suprida. Os programas alimentaram a venda de tratores e colheitadeiras de até R$ 300 mil e fizeram o faturamento das duas principais feiras de máquinas do país, a Expointer (RS) e a Agrisho (SP), passar de R$ 1 bilhão por edição.

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