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Fruta boliviana adaptada ao Cerrado

Produtor faz adaptação de frutífera boliviana a partir da enxertia para cultivá-la no Cerrado goiano



 

Você já experimentou uma achachairu? Não tem nem idéia do que é isso? Se depender de um produtor goiano, a fruta largamente consumida na Bolívia vai ser facilmente encontrada em sacolões de todo o Brasil. Hélio Nogueira começou a cultivar a frutífera há 10 anos. Após experimentar seu sabor exótico, Nogueira, que possui um viveiro de plantas ornamentais, decidiu fazer mudas e cultivar a planta em sua propriedade, localizada em Pirenópolis.

Hoje são mil pés plantados, destes, cem estão produzindo. Hélio já tem muito material para plantar o futuro do achachairú no Cerrado goiano: possui outras cinco mil mudas e prepara outra cinco mil. "Fui fazendo as mudas ao longo desses dez anos, sempre peço para amigos e familiares recolherem as sementes e me repassar", conta.

Segundo Hélio, a planta de achachairu demora seis anos para começar a produzir, se for plantada a partir da semente. Para não esperar todo esse período, ele começou experimentar enxertos. O tempo caiu para três anos. "Este ano é o momento de divulgar a fruta, fazer as pessoas conhecerem", diz. O produtor também já comercializa mudas.

Nogueira conta que cada pé da fruta alcança no máximo oito metros de altura e produz cerca de três mil unidades. Ele diz que a cultura do achachairu, nas condições climáticas do Cerrado, tem o período de florescimento entre os meses de julho a setembro. O amadurecimento dos frutos ocorre de novembro a janeiro.

Enxertia

Apesar de ter origem na Bolívia, há uma espécie semelhante ao achachairu no Cerrado, afirma Hélio. Ele mesmo encontrou a planta nas margens do Rio dos Patos, próximo a Goianésia. No entanto, segundo diz, os frutos da planta nativa não são comestíveis. "Não tem polpa, a fruta é seca e esponjosa".

O produtor não sabe qual o nome da planta nativa, mas devido a semelhança com o pé de achachairu decidiu usá-la como base para enxertia. Deu certo. O tempo para o surgimento dos primeiros frutos caiu para três anos.

Além disso, Hélio acredita que ao utilizar a base de uma planta nativa do Cerrado pode aumentar a resistência dos pés de achachairu, caso surjam pragas e doenças locais. "Por enquanto não tivemos esses problemas, todos os pés crescem sadios, mas queremos evitar algo desde já", afirma.

Nogueira tem a expectativa de que o achachairu deve cair no gosto do consumidor. "A fruta realmente tem potencial para isso. É saborosa e daquelas que não dá para provar apenas uma", garante.

Apaixonado pela descoberta, Hélio se prepara para participar de um festival sobre o achachairu em Porongo, na Bolívia, este ano. Lá, ele pretende trocar experiências e aprender mais sobre o fruto.

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