O mercado pede frutas grandes, bonitas e saborosas. Por isso, a produção em Carlópolis, toda voltada para o cultivo de goiaba de mesa, tem sido renovada e recebe cuidados desde o início do plantio. ‘‘Com as novas variedades, por exemplo, estamos tentando fazer um produto de melhor aparência e qualidade; nosso objetivo é agregar valor ao produto’’, revela o técnico da Emater e também produtor de goiaba, Airton José Soares Capote.
Ele explica que os primeiros cuidados com a lavoura começam com a poda das árvores e a raleação dos brotos. ‘‘Vamos tirando os brotos; em cada penca deixa-se umas duas ou três goiabas quando ainda estão do tamanho de uma azeitona’’, descreve Capote. Em seguida, os frutos são ensacados. O objetivo do processo é evitar ataque de moscas e passarinhos às frutas.
Além disso, o fato de ensacar as goiabas diminui o uso de venenos na produção. ‘‘Quando os frutos estão pequenos a gente passa um pouco de veneno, mas depois de ensacados não recebem mais nenhum produto’’, informa o técnico. Com esse modo de produção, a intenção é agregar valor aos produtos, usando tecnologias mais orgânicas. ‘‘Não chega a ser uma produção orgânica, mas como recebe pouca quantidade de veneno, é quase’’, acrescenta.
Cada pé gera, normalmente, de 600 a 700 goiabas e todas são ensacadas. O fruto, segundo Capote, ‘‘fica mais bonito, com mais vida e mais luminoso’’. Além disso – ponto que os produtores consideram muito importante – 99,9% dos frutos não têm bicho entre as sementes.
No momento de colher os frutos, os cuidados têm que ser redobrados. Como ficam ensacadas, os produtores sabem que a fruta está boa pelo tamanho. ‘‘Também sabemos que está boa pela prática, com o tempo conhecemos melhor a fruta e, no caso de dúvida, rasgamos um pouquinho o papel’’, diz. O técnico lamenta a dificuldade em se conseguir mão de obra qualificada para fazer o serviço. ‘‘Como se trata de um trabalho quase artesanal, fica difícil conseguir gente qualificada para a colheita’’, pontua.
O técnico acrescenta que os produtores têm buscado produzir o que o consumidor quer. ‘‘Eles preferem as goiabas vermelhas, graúdas, mais resistentes e doces’’, descreve Capote. Entre as variedades, a Sassaoka, que segundo o técnico são as do tamanho ‘‘gigante’’, ‘‘enchem os olhos do consumidor’’ e ‘‘garantem boas vendas’’.
O que é produzido em Carlópolis segue basicamente para os estados de Santa Catarina e São Paulo. Ao todo, cerca de 20 agricultores produzem goiaba no município. Dez deles fazem parte da Associação de Olericultores e Fruticultores de Carlópolis (ACP). A associação, segundo Capote, serve para organizar a comercialização do setor. Hoje, o produtor vende a goiaba para o mercado, em média, por R$ 1,40, o quilo.
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