Fruticultores aproveitam o outono para fazer a poda das plantas

A poda de outono, que é a mesma poda de inverno ou seca, só que feita de forma antecipada e com ressalvas, é recomendada pela Emater/RS-Ascar nesta época para os produtores de pêssego, ameixa e nectarina. Segundo o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Enio Todeschini, essa prática cultural exige conhecimento agronômico e demanda muita mão de obra, ou seja, bastante tempo.

Um dos objetivos da poda antecipada é fazer com que o produtor se livre da pressão psicológica e de trabalho desse compromisso, que tem um período definido para sua conclusão (final do inverno). Outro objetivo é que no outono a planta está se preparando para suportar os rigores do inverno, ou seja, entrando em dormência, e não consegue reagir ao corte dos galhos e, assim, emitir nova brotação junto aos cortes, como faria no final do inverno/início da primavera, esclarece. Como regra geral, recomenda-se fazer a poda das variedades precoces no mês de março, das de ciclo médio no mês de abril, e das de ciclo tardio no mês de maio. Outro fator a ser observado é a queda natural de 2/3 das folhas, sem a interferência de fatores climáticos, como a estiagem, ou o ataque de pragas ou doenças.

Todeschini observa que na poda devem ser retirados os ramos ladrões, os carregadores da safra passada e os galhos machucados, muito baixos, doentes, cruzados e forquilhas, fazendo-se o corte bem rente à madeira que fica. E depois parte-se para o desbaste dos ramos em excesso. Os que ficam não devem ser despontados. Após, os cortes devem ser pincelados com tinta branca PVA, prática que auxilia na cicatrização das feridas e evita a entrada de doenças. Outra ação recomendada é, a cada poda, fazer a desinfecção das ferramentas com hipoclorito ou amônia quaternária.

É muito importante ainda destruir os galhos da poda, que podem espalhar doenças no pomar. Isso pode ser feito através do enterramento, queimada, com autorização do órgão competente, ou da trituração com máquinas específicas, conclui Todeschini.