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Fumicultores sentem os preços mais baixos

Classificação rigorosa das empresas pode ser o motivo da diminuição da remuneração do produtor



De acordo com informativo conjuntural da Emater/RS Regional Pelotas os preços do quilo se mantiveram variando de R$ 5,66 à R$ 8,33

Apesar do sul do Brasil já prever uma diminuição do preço pago ao produtor de fumo nesta safra, a Região Sul do RS tem registrado bons índices nos municípios de Pelotas e Morro Redondo. Os melhores valores pela arroba (15 quilos) chegam a R$ 125,00. Já em Canguçu, há descontentamento por parte dos produtores com o rigor da classificação pelas indústrias de tabaco.

De acordo com informativo conjuntural da Emater/RS Regional Pelotas os preços do quilo se mantiveram variando de R$ 5,66 à R$ 8,33 o quilo, formando um preço médio na região de R$ 6,66. Conforme projeção do presidente da Comissão do Fumo da Farsul, Mauro Flores, mesmo com a tentativa de segurar a venda do tabaco para obter melhor remuneração, o produtor tem recebido menos nesta safra do que na anterior.

O motivo pode ser associado ao rigor da classificação que depende da exigência das empresas balizadas pelo mercado mundial. A média de preços médios da safra atual (2013/2014) ainda não foram finalizados mas há uma indicação de menos de 7,00 Kg em relação aos 7,80 Kg de 2012/2013.

Ainda assim, na Região Sul, alguns casos pontuais de perda da qualidade pelas chuvas no início do plantio e problemas com quedas de luz durante a secagem, que prejudicaram a qualidade das folhas secas.

A estimativa para próxima safra e a indicação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pelotas é de permanecer a mesma área de plantio da safra passada. A comercialização atual está em 65%.



Foto: Carlos Queiroz - Infocenter DP

Mercado mundial

Alguns países aumentaram a produção e assim a concorrência com o Brasil em exportação, como o Zimbábue, que somou mais 40 mil toneladas a produção, e a Tanzânia, mais 30 mil toneladas. A China, maior compradora, diminuiu 40% das importações de fumo. “Hoje dá para dizer que o cenário não é favorável, 85% da nossa produção é exportada e dependemos do que acontece em outros países também", explicou Flores.

Além disso a mão de obra do Brasil é muito alta, cerca de R$ 60,00 a 70,00 a diária, e o imposto sobre exportação de 14%, sendo US$ 1,00 a diário nos países concorrentes e exportação a 0%. "Quando as indústrias de fumo precisam adquirir dão preferência a outros países e depois ao Brasil, apesar da qualidade também ser boa", conclui o analista.

Em função disso, estados como o Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul devem reduzir as áreas de plantio em pelo menos 10% a 12%.

A preocupação com o mercado mundial do tabaco e os seus reflexos sobre a sustentabilidade da propriedade rural brasileira foram apresentadas pela Comissão de Representação dos Produtores em reunião com as principais indústrias de tabaco, no mês de junho, na Afubra, em Santa Cruz do Sul. Foram apresentados dados sobre a produção e consumo mundiais e os preços praticados na safra atual. Também foi tratado individualmente com cada indústria a análise e o planejamento para a safra 2014/2015.

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