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Fumo brasileiro sofre restrição nos EUA

Pelas novas regras existem dois tipos de agrotóxicos usados nas lavouras brasileiras que estariam sem registro sanitário nos EUA


A exportação de tabaco para os Estados Unidos, considerado um dos principais mercados do produto brasileiro, passará a sofrer restrições a partir do ano que vem. Um projeto aprovado na última quinta-feira pelo Senado norte-americano estabelece medidas de restrição à publicidade do cigarro e também ao ingresso de fumo com resíduos de agrotóxicos não-regulamentados no país.

Pelas novas regras existem dois tipos de agrotóxicos – cujos nomes não estão sendo revelados – usados nas lavouras brasileiras que estariam sem registro sanitário nos EUA. Ainda sem data para ser regulamentada, a matéria começa a preocupar entidades ligadas tanto aos produtores quanto indústrias. Há uma semana o presidente do Sindicato da Indústria do Fumo (Sinditabaco), Iro Schunke, relatou a apreensão durante a reunião da Câmara Setorial do Tabaco. Chegou a ser sugerida uma mobilização dos brasileiros a fim de pedir providências para evitar as perdas.

Entretanto, agora que ocorreu a aprovação, as indústrias pretendem aguardar a regulamentação do texto para saber das restrições e, a partir daí, propor ações entre os produtores. Uma delas seria a busca de outros tipos de agrotóxicos em substituição aos proibidos. O presidente do Sinditabaco ressalta que as indústrias brasileiras recomendam um baixo uso de venenos. “Isso garante que nosso tabaco seja um dos de maior qualidade no mundo”, diz. De toda a produção brasileira, 13% vai para a América do Norte.

Entre os produtores também existe preocupação. O vice-presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Heitor Petry, acredita que a cadeia corre riscos. Ele afirma, contudo, que as providências devem ser adotadas pelas indústrias. “Quem controla e analisa os agrotóxicos a serem usados são os setores técnicos das fumageiras. Há alerta que se use produto que seja recomendado. Nesta hora o que parece é que a preocupação deve ser da indústria em usar outros tipos de produtos que sejam recomendados”, frisa.

CONSUMO

A nova lei americana se assemelha com a brasileira no que se refere ao consumo de cigarros. Segundo Schunke, a publicidade se tornou mais restritiva, a exemplo do que ocorre no Brasil com alertas envolvendo os riscos que o produto causa à saúde.

Na prática esse artigo não deve causar grandes impactos, mas assim mesmo deixa o setor apreensivo, pois pode afetar o consumo o que se refletiria em menos importações. “O que se vê é que todos os países estão preocupados com a responsabilidade social e também ambiental, mas isso pode afetar o mercado do tabaco brasileiro”, observa o presidente.

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