Fumo e soja mantêm liderança nas vendas gaúchas
Exportações do Rio Grande do Sul para outros países caíram 19,3% de janeiro a julho, aponta Carta de Conjuntura da FEE
O fôlego dos produtos primários, como soja e fumo, para sustentar e evitar maior queda das exportações gaúchas pode estar chegando ao fim. O alerta foi feito nessa terça-feira (11) pelo economista Álvaro Antonio Garcia, da Fundação de Economia e Estatística (FEE). Dados de janeiro a julho das vendas externas gaúchas mostram que os dois produtos mantiveram liderança e maiores índices de crescimento. As exportações somaram US$ 8,2 bilhões, recuo de 19,3% ante o mesmo período de 2008. Soja e fumo somaram juntos US$ 2,4 bilhões, cerca de 30% do resultado comercial do período.
O especialista ressaltou um dado positivo em meio ao recuo de transações: o Estado manteve em sete meses menor taxa de queda no faturamento externo, comparado à média brasileira (-24,3%) e a de estados que lideram o ranking, como São Paulo e Minas Gerais, primeiro e segundo lugares respectivamente. Os paulistas amargaram vendas 30,1% mais baixas, e os mineiros, 20%. O País somou divisas de US$ 84 bilhões de janeiro a julho. O tema é destaque da Carta de Conjuntura da FEE de agosto. O Estado ocupa a terceira posição nas vendas externas.
Garcia acrescentou ainda que os compradores emergentes como China mantiveram a liderança. A soja foi o produto mais cobiçado pelos chineses, que acumulam compras no valor de US$ 1,44 bilhão até julho, 33,9% acima do mesmo período de 2008. Logo depois vem os Estados Unidos, com US$ 696,6 milhões (recuo de 27,9%) e Argentina, com US$ 622,5 milhões, receita 32,5% menor que a de janeiro a julho do ano passado. “É aquela tese: na crise, as pessoas deixam de gastar em tudo, menos em alimentos”, avalia.
O economista também analisou os blocos econômicos de destino dos produtos gaúchos em 2009, passados dez meses do estouro da crise financeira. A ascensão do bloco asiático, liderado pela China, é flagrante, com único crescimento entre as regiões, avanço de janeiro a julho de 26,8% frente aos sete primeiros meses de 2008. A performance já altera o peso dos blocos. O asiático, que respondia por 12,2% do faturamento com as encomendas nos sete primeiros meses de 2008, passou a 19,2% no período recente. “Boa parte do desempenho até agora se deve a itens primários, mas cuja oferta depende da safra. Também há indefinição de preços de commodities que pesará no resultado”, adverte o economista.
Tradicionais clientes, como países da zona do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) e Mercado Comum do Sul (Mercosul), apresentam quedas de 30,6% e de 27,7%, respectivamente. Países da América do Sul, excluindo os parceiros do Mercosul, seguem a temporada recessiva, com recuo de 29,3% na receita. Entre as menores baixas está a do fluxo para a União Europeia, que representou a maior divisa para o Estado até julho (US$ 1,78 bilhão), 15,7% abaixo do desempenho do ano passado. Também chama a atenção a desaceleração nas vendas para a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), com freio de 47,2% no faturamento. A região, ressalta o economista, despontou como cliente importante para carnes.
Para Garcia, o comportamento reflete a morfologia global da crise, que registra redução nas encomendas para o Estado nos países com recessão técnica (dois trimestres seguidos de queda no PIB). Estão nesta condição Estados Unidos, zona do euro e os vizinhos latinos. “Eles são tradicionais compradores de nossos produtos industrializados. Como a crise parece estar cedendo, pode ser que o fluxo dessas regiões melhore até o final do ano”, aposta Garcia.
O economista sustenta expectativa promissora para itens que podem ganhar espaço nas mesmas regiões emergentes. Ele cita a carne de frango, que começa a abrir canal de exportação para a China. A confirmação desse mercado ajudaria a reverter a queda verificada até julho na receita com o produto, que chegou a 29%, em um saldo de US$ 559,9 milhões ante US$ 788,3 milhões do mesmo período de 2008. Outras mercadorias com maior valor mantêm temporada negativa: calçados, tratores móveis, colheitadeiras e partes e acessórios de automóveis.
O especialista ressaltou um dado positivo em meio ao recuo de transações: o Estado manteve em sete meses menor taxa de queda no faturamento externo, comparado à média brasileira (-24,3%) e a de estados que lideram o ranking, como São Paulo e Minas Gerais, primeiro e segundo lugares respectivamente. Os paulistas amargaram vendas 30,1% mais baixas, e os mineiros, 20%. O País somou divisas de US$ 84 bilhões de janeiro a julho. O tema é destaque da Carta de Conjuntura da FEE de agosto. O Estado ocupa a terceira posição nas vendas externas.
Garcia acrescentou ainda que os compradores emergentes como China mantiveram a liderança. A soja foi o produto mais cobiçado pelos chineses, que acumulam compras no valor de US$ 1,44 bilhão até julho, 33,9% acima do mesmo período de 2008. Logo depois vem os Estados Unidos, com US$ 696,6 milhões (recuo de 27,9%) e Argentina, com US$ 622,5 milhões, receita 32,5% menor que a de janeiro a julho do ano passado. “É aquela tese: na crise, as pessoas deixam de gastar em tudo, menos em alimentos”, avalia.
O economista também analisou os blocos econômicos de destino dos produtos gaúchos em 2009, passados dez meses do estouro da crise financeira. A ascensão do bloco asiático, liderado pela China, é flagrante, com único crescimento entre as regiões, avanço de janeiro a julho de 26,8% frente aos sete primeiros meses de 2008. A performance já altera o peso dos blocos. O asiático, que respondia por 12,2% do faturamento com as encomendas nos sete primeiros meses de 2008, passou a 19,2% no período recente. “Boa parte do desempenho até agora se deve a itens primários, mas cuja oferta depende da safra. Também há indefinição de preços de commodities que pesará no resultado”, adverte o economista.
Tradicionais clientes, como países da zona do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) e Mercado Comum do Sul (Mercosul), apresentam quedas de 30,6% e de 27,7%, respectivamente. Países da América do Sul, excluindo os parceiros do Mercosul, seguem a temporada recessiva, com recuo de 29,3% na receita. Entre as menores baixas está a do fluxo para a União Europeia, que representou a maior divisa para o Estado até julho (US$ 1,78 bilhão), 15,7% abaixo do desempenho do ano passado. Também chama a atenção a desaceleração nas vendas para a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), com freio de 47,2% no faturamento. A região, ressalta o economista, despontou como cliente importante para carnes.
Para Garcia, o comportamento reflete a morfologia global da crise, que registra redução nas encomendas para o Estado nos países com recessão técnica (dois trimestres seguidos de queda no PIB). Estão nesta condição Estados Unidos, zona do euro e os vizinhos latinos. “Eles são tradicionais compradores de nossos produtos industrializados. Como a crise parece estar cedendo, pode ser que o fluxo dessas regiões melhore até o final do ano”, aposta Garcia.
O economista sustenta expectativa promissora para itens que podem ganhar espaço nas mesmas regiões emergentes. Ele cita a carne de frango, que começa a abrir canal de exportação para a China. A confirmação desse mercado ajudaria a reverter a queda verificada até julho na receita com o produto, que chegou a 29%, em um saldo de US$ 559,9 milhões ante US$ 788,3 milhões do mesmo período de 2008. Outras mercadorias com maior valor mantêm temporada negativa: calçados, tratores móveis, colheitadeiras e partes e acessórios de automóveis.
Desempenho
• Receita com exportações de janeiro a julho por blocos (US$ milhões)
Blocos |
2008 |
2009 |
Variação (%) |
União Europeia |
2.116 |
1.783 |
-15,7 |
China, Hong Kong e Macau |
1.241 |
1.574 |
26,8 |
Mercosul |
1.480 |
1.071 |
-27,7 |
Nafta |
1.246 |
864,8 |
-30,6 |
Liga Árabe |
699,2 |
557,9 |
-20,2 |
América do Sul (sem Mercosul) |
691,5 |
488,7 |
-29,3 |
CEI (Comunidade de Estados Independentes) |
586,7 |
309,6 |
-47,2 |
Demais países |
2.112 |
1.560 |
-26,1 |
Total |
10.175 |
8.210 |
-19,3 |
• Receita com os dez principais importadores de janeiro a julho (US$ milhões)
País |
2008 |
2009 |
Variação (%) |
China |
1.078 |
1.443 |
33,9 |
Estados Unidos |
965,6 |
696,6 |
-27,9 |
Argentina |
922,1 |
622,5 |
-32,5 |
Bélgica |
220,3 |
393,3 |
78,5 |
Alemanha |
381,4 |
330,8 |
-13,3 |
Rússia |
530,1 |
267,3 |
-49,6 |
Holanda |
413,5 |
241,0 |
-41,7 |
Paraguai |
338,8 |
235,1 |
-30,6 |
Uruguai |
219,9 |
213,6 |
-2,8 |
Reino Unido |
198,4 |
173,5 |
-12,6 |
• Receita com os 10 principais produtos de janeiro a julho (em US$ milhões)
Produto |
2008 |
2009 |
Variação (%) |
Soja mesmo triturada |
1.182 |
1.402 |
18,6 |
Tabaco não manufaturado |
889,2 |
1.031 |
16,0 |
Carne de frango in natura |
788,3 |
559,9 |
-29,0 |
Calçados |
605,9 |
403,2 |
-33,5 |
Bagaços de óleo de soja |
384,3 |
393,7 |
2,4 |
Polímeros de etileno |
304,1 |
305,5 |
0,5 |
Carne suína in natura |
418,5 |
263,1 |
-37,1 |
Óleo de soja |
389,7 |
171,3 |
-56,1 |
Tratores |
271,8 |
166,3 |
-38,8 |