Funcionamento do financiamento de retenção de fêmeas para o Pantanal, através do FCO
Os produtores rurais pantaneiros interessados em obter os recursos financeiros, através do Programa de Retenção de Crias na Planície Pantaneira devem ser correntista do Banco do Brasil, pois essa é a instituição pública habilitada para o gerenciamento dos recursos do FCO.
Além disso, é preciso elaborar um relatório, através de uma assessoria técnica rural credenciada junto ao Banco do Brasil. Nesse documento deverão conter informações relativas a avaliação da propriedade, valor da terra, das benfeitorias, das máquinas e equipamentos, dados relacionados ao rebanho bovino, além de projeção do rendimento financeiro da propriedade. Esse relatório preliminar é encaminhado ao Banco do Brasil, que estabelece então o valor limite de financiamento de FCO que essa propriedade poderá utilizar.
Após o conhecimento do valor do financiamento parte-se para a elaboração do diagnóstico da propriedade. Esse diagnóstico revela dados relacionado ao sistema de manejo utilizados na propriedade, englobando aspectos de sanidade, de pastagens e reprodutivos, além de dados quantitativos do rebanho. De posse desse diagnóstico, que é elaborado pela assessoria técnica rural credenciada ao banco, é preparado o Projeto Técnico, onde são sugeridas implantação de melhorias no sistema de manejo utilizados na propriedade, de acordo com os critérios estabelecidos pela Embrapa Pantanal. Nesse documento, também serão especificados a quantidade de novilhas que serão retidas na propriedade, levando-se em consideração os aspectos acima relacionados, além da a idade dos animais.
Os financiamentos estão limitados ao teto máximo de 1.500 cabeças de fêmeas por propriedade. Sendo que o valor pago por fêmea varia de acordo com a idade das mesmas e o preço de mercado à época em que o financiamento foi aprovado. Esse mês o valor pago para fêmeas com idade entre 12 e 18 meses é de R$ 240,00 (por cabeça); entre 18 e 24 meses, o valor corresponde a R$ 260,00 (por cabeça) e para fêmeas com idade entre 24 e 36 meses, está sendo pago R$ 360,00 (por cabeça).
O prazo do financiamento é de oito anos, com até quatro anos de carência incluídos. Questões relacionadas ao reembolso do financiamento para o programa de retenção de fêmeas no Pantanal, levam em conta a previsão da geração de receitas das novilhas, que foram utilizadas no financiamento e a capacidade de pagamento do proponente.
“Os produtores rurais interessados em obter o financiamento deverão comprometer-se com a manutenção das crias e matrizes bovinas aptas a procriação nas propriedades, sendo que as mesmas poderão ser alienadas pelo Banco do Brasil, caso alguma cláusula do contrato seja rompida por parte do produtor rural. Esse acompanhamento é monitorado pelo Banco, através dos Relatórios de Monitoramento do Projeto, que deverão ser elaborados pela assistência técnica rural credenciada junto ao Banco do Brasil”, explicou o proprietário de assistência técnica rural de Corumbá, Gilson de Barros. Caso o produtor rural disponha de técnico habilitado para a elaboração do relatório de monitoramento, o técnico habilitado poderá preparar o documento, devendo protocolar o mesmo junto ao Banco do Brasil.
“Acredito que esse seja o melhor programa de crédito rural que o Pantanal já teve, pois ele envolve em suas clausulas contratuais aspectos relacionados ao monitoramento e acompanhamento do rebanho. Da forma como esse monitoramento foi estabelecido, comprometendo os produtores rurais beneficiados com o financiamento, a também implantarem o Sistema de Manejo Bovino proposto pela Embrapa Pantanal, acredito que ocorrerá uma melhoria significativa da qualidade do rebanho local. Além disso, o rebanho será recomposto e os padrões raciais serão melhorados, beneficiando todo o gerenciamento das propriedades rurais pantaneiras contempladas”, salientou o proprietário de assistência técnica rural de Corumbá, Adjalme Marciano Esnarriage.
O gerente do Banco do Brasil de Corumbá, José Luiz Iglesias explica que o FCO de retenção de fêmeas para o Pantanal é uma conquista muito importante para a região e que começou a ser desenvolvida na agência do banco em Corumbá. “Esperamos que dentro de oito anos, em função desse financiamento, os produtores rurais pantaneiros beneficiados possam ter, pelo menos, dobrado o número de matrizes em plena produção que possuíam inicialmente em suas propriedades”, completou.
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