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Fungos são responsáveis por cerca de 65% das doenças de plantas

Mais de 50% das espécies de plantas cultivadas podem ser afetadas por oomicetos


Os fungos são responsáveis por cerca de 65% das doenças de plantas e fazem parte de um grupo numeroso de  organismos pertencentes a três Reinos dos seres vivos: além dos cromistas, também  estão nos Reinos Protozoa (hérnia  das crucíferas/Plamodiophora; sarna pulverulenta da batata/ Spongospora) e Reino Fungi (zigomicetos: Rhizopus; Ascomicetos: Erysiphe, Sclerotinia, Guignardia, Venturia; Basidiomicetos: Moniliophtora, Puccinia, Hemileia, Phakosopra, Usitilago: Deuteromicetos ou Mitospóricos ou Anamórficos ou Imperfeitos: Rhizoctonia, Oidium, Fusarium, Colletotrichum, Phomopsis, Alternaria).

De acordo com o artigo Manejo de requeima e míldio nos cultivos do Brasil, do Presidente do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Ticyana Banzato, engenheira agrônoma e doutora em fitopatologia pela ESALQ/USP, os demais fungos e outros agentes causais de doenças de plantas (bactérias, vírus, nematoides e fitoplasmas), os oomicetos causam doenças quando encontram hospedeiros suscetíveis e ambientes favoráveis. Geralmente em condições de alta umidade/chuvas e temperaturas amenas/baixas, infectam, colonizam e se reproduzem nas plantas, interferindo em diversos processos fisiológicos e causando sintomas característicos.

A doença mais importante causada pelos oomicetos é a requeima da batata e do tomate, causada por Phytophthora infestans.  Esta doença foi responsável pela morte de dois milhões de pessoas e um milhão de emigrantes na Irlanda por volta de 1845, devido à redução de 80% na produção de batata, base de alimentação da população naquela época.

Mais de 50% das espécies de plantas cultivadas podem ser afetadas por oomicetos; entre as principais estão algodão, arroz, cacau, cana, feijão, fumo, milho, seringueira, sorgo, abacate, abacaxi, caju, citros, maçã, mamão, morango, videira, alface, cebola, crucíferas, cucurbitáceas, gengibre, ornamentais e solanáceas.

Para manejar doenças de plantas, podem ser utilizadas diversas medidas que fazem parte dos métodos biológicos, químicos, genéticos, culturais, físicos e integrados. Para controle de doenças causadas por oomicetos a medida mais utilizada é a aplicação de fungicidas, que pertencem a grupos, em geral, diferentes dos produtos normalmente usados para controle de ascomicetos, basidiomicetos e deuteromicetos (estes fungos tem ergosterol na membrana celular; os oomicetos têm pouco ergosterol) e uso de cultivares com resistência genética aos oomicetos.

Além disso, é possível adotar diversas medidas culturais como local de cultivo sem neblina e sem solos encharcados, arejamento, poda, material de propagação sadio, eliminação de tecidos doentes e de hospedeiros alternativos, rotação de cultura com espécies não hospedeiras, boa drenagem, nutrição equilibrada, evitar ferimentos, pH do solo equilibrado, descompactação do solo e semeadura rasa contribuem para reduzir a quantidade dessas doenças. A utilização de agentes de controle biológico, como aplicação de Trichoderma e Gliocladium, e de medidas físicas como solarização e armazenamento em baixas temperaturas, também podem contribuir com o manejo das doenças causadas por oomicetos.
 

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