Furlan aposta em superávit de US$ 22 bilhões este ano
O saldo acumulado recorde de mais de US$ 17,8 bilhões na balança comercial brasileira até setembro já faz com que o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, aposte em um superávit comercial de US$ 22 bilhões este ano. Se confirmado, o resultado será o melhor da história do país.
"O desempenho de setembro surpreendeu. Acompanhamos as médias diárias e houve um impacto muito forte e atípico", disse Furlan. O resultado levou o ministro a reestimar também as projeções para as vendas externas deste ano. Em vez de um valor acumulado de US$ 68 bilhões - meta estabelecida no início do ano - o ministro disse ser possível fechar 2003 com mais de US$ 69 bilhões em exportações. Segundo ele, as ações de promoção comercial e as iniciativas para diversificar a pauta de produtos brasileiros vendidos ao exterior têm pesado para que as metas iniciais sejam superadas.
Entre os produtos mais exportados em setembro estão os manufaturados tradicionais - fio-máquina de ferro e aço, veículos de carga, gasolina, automóveis, laminados planos, autopeças, madeiras, móveis e bombas compressoras, suco de laranja, calçados e pneumáticos - e também os itens com menor peso no resultado total da balança - como máquinas para fabricação de celulose, aparelhos de ar condicionado, ônibus, refrigeradores, tratores, chocolate, pilhas, uvas, mármores e granitos, camarão, goiaba, manga, melão, carne de peru e mel.
O desempenho da balança comercial em setembro influenciou também as perspectivas para as importações. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o aumento de mais de 15% nas compras de produtos importados pelo Brasil, em relação a setembro do ano passado, está levando o governo a esperar uma recuperação da economia nos próximos meses.
"Não acredito que a finalidade do Brasil seja fazer saldo de balança comercial com queda de importação. Isso não é bom para a economia. Eu gostaria que esse sinal de aumento, inclusive de bens de consumo, já fosse um sinal positivo de retomada da economia",disse o ministro. Entre os principais produtos importados no mês de setembro, estão matérias-primas e bens intermediários.