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Galinhas selvagens lançam luz à evolução

“Queríamos ver se a feralização é o mesmo processo que a domesticação"


Foto: Marcel Oliveira

Diferentes genes estão envolvidos durante a adaptação de um animal doméstico à vida selvagem do que quando um animal selvagem é domesticado, indicou um estudo realizado pela Linköping University. Os resultados aumentam nossa compreensão do que acontece à medida que uma espécie evolui. 

“Existem grandes diferenças entre galinhas domesticadas e galinhas selvagens. O estudo das diferenças em seu material genético pode nos ensinar mais sobre como os genes influenciam a aparência e o comportamento dos animais. Embora muito se saiba sobre como domesticamos e domesticamos animais, muito pouco se sabe sobre o contrário, quando os animais domésticos retornam à natureza. Examinamos esse processo em nível genético quando galinhas domesticadas são soltas na natureza”, diz o pesquisador Dominic Wright, que liderou o estudo. 

Por muitos milhares de anos, os humanos criaram cães, cabras, galinhas e outros animais para serem usados como animais de estimação, em um processo conhecido como domesticação. Os humanos selecionaram indivíduos que possuem características desejáveis e os cruzaram com indivíduos semelhantes para que a prole possuísse as mesmas características. 

O material genético do animal mudou parcialmente durante o desenvolvimento da espécie de sua forma selvagem para domesticada. O processo oposto também ocorre, quando os animais domesticados se reajustam à vida na natureza, em um processo conhecido como feralização. Ao investigar o que acontece no material genético de um animal, podemos estudar se os efeitos da domesticação pelos humanos são de curto ou longo prazo. A evolução pode retroceder? 

“Queríamos ver se a feralização é o mesmo processo que a domesticação, mas na outra direção. Nossos resultados mostram que este não é o caso. São genes em grande parte separados que são afetados quando as galinhas domesticadas retornam à vida selvagem”, diz Dominic Wright.  

Os resultados sugerem que o processo de feralização afeta outros genes além daqueles importantes durante a domesticação, e não se trata simplesmente de reverter as mudanças que ocorreram quando as galinhas foram domesticadas. 

 

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