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Gene diminui tempo de desenvolvimento de cultivar de café

Gene age na folha combatendo pragas e doenças


Foto: Divulgação

O Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, sediado em Campinas, comemora a obtenção da patente de uma tecnologia que permite desenvolver novas cultivares de café em até metade do tempo. Normalmente esse processo dura cerca de 20 anos.

A patente é de um promotor, denominado CaIsoR, que direciona a expressão específica para folhas das plantas e não para o todo como a maioria dos promotores. Com isso podem ser obtidos, por exemplo, genes de resistência a pragas e doenças que atingem a parte aérea das plantas de café ou de outras espécies. O trabalho foi desenvolvido com uso de modernas pesquisas e poderá ser usado por cientistas de instituições públicas ou privadas interessados em desenvolver variedades de interesse econômico. 

O promotor foi isolado de cafeeiro, mas a tecnologia pode ser adotada em qualquer espécie cultivada. É uma sequência de DNA que informa quando e onde o gene deve ser ativado para produzir a proteína. "Trata-se de uma etapa importante no desenvolvimento de plantas geneticamente modificadas", afirma Oliveiro Guerreiro Filho, pesquisador do IAC.

O CaIsoR possui o tamanho de 950kb e foi isolado a partir de sequência de um gene do cafeeiro pertencente à família das isoflavonas.Considerando o uso do promotor CalsoR associado a um gene estrutural responsável direto pela síntese de uma proteína com atividade inseticida, por exemplo, esta proteína será produzida apenas nas folhas e quando estimuladas pela herbivoria de um inseto-praga. Como a expressão gênica ou síntese de proteína com atividade inseticida ocorre apenas nas folha não há impacto nas partes usadas para consumo, neste caso os grãos. 

O CaIsoR é ativado apenas quando a folha da planta sofre uma ação biótica ou abiótica. Entre os agentes bióticos que ativam esse gene está a infecção fúngica, conhecida como ferrugem, e a infestação por insetos e pragas, como o bicho-mineiro, além de ácaros diversos. A ativação por agentes abiótica está mais estreitamente relacionada a danos de natureza mecânica, causados nas folhas em consequência do atrito provocado por ventos e trânsito de máquinas e implementos. 

A pesquisa foi desenvolvida em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e a Universidade Estadual Paulista (UNESP). Atualmente o IAC é responsável pelo desenvolvimento de aproximadamente 90% das cultivares de cafeeiro do tipo arábica plantadas comercialmente no Brasil. 
 

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